Rio - A CPI do Previni — fundo de pensão dos funcionários de Nova Iguaçu — descobriu que extratos bancários falsificados foram utilizados para encobrir aplicações financeiras ilegais com o dinheiro dos aposentados e pensionistas.
O dinheiro do Previni — R$ 10 milhões— foi usado para comprar papéis (debêntures) da Casual Dining S/A: a empresa tem o mesmo endereço da Casual Dining Participações S/A, responsável pela emissão de título em que foram investidos, de maneira irregular, R$ 60 milhões do Previ-Rio, fundo da Prefeitura do Rio.
Previni e Previ-Rio
Outra coincidência: de acordo com o relatório da CPI — entregue ontem à Presidência da Câmara de Nova Iguaçu — um dos responsáveis pela aplicação foi Luciano Otávio Dutra Leite Barbosa Filho, diretor administrativo e financeiro do Previni entre 2005 e 2009. Barbosa Filho ocupava o mesmo cargo no Previ-Rio em janeiro de 2010, quando o dinheiro deste fundo foi aplicado em título da Casual Dining. Ele acabou denunciado à Justiça pelo Ministério Público Estadual.
Rumo do dinheiro
Segundo a CPI, R$ 11 milhões foram depositados, em julho e agosto de 2008, em agência do Banco Real na Barra. Extratos entregues ao Previni por Barbosa Filho indicavam que o dinheiro fora investido no próprio banco. Mas R$ 10 milhões haviam sido usados, em 2008, na compra de papéis recém-lançados da Casual Dining — operação não informada ao Previni. A pedido da CPI, o Banco Real emitiu extratos que comprovaram a falsidade dos anteriores. Em fevereiro de 2010, o dinheiro foi devolvido.
CPI RESPONSABILIZA LINDBERG
Ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias é acusado pela CPI de medidas que causaram um prejuízo de cerca de R$ 400 milhões ao Previni. Segundo o relatório, ele cometeu crime de apropriação indébita ao permitir que a prefeitura ficasse com recursos do fundo. Ontem à noite, Lindberg negou as acusações e atribuiu os problemas do Previni à administração anterior que, segundo ele, não repassou contribuições previdenciárias.
POR FERNANDO MOLICA (o DIA)
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