Brasília - O relator-geral do Orçamento 2011, senador Gim Argello (PTB-DF), disse hoje (3) que o valor de R$ 540 será o ponto de partida para a negociação do salário-mínimo a ser pago a partir do próximo ano. “Parto do valor arredondado de R$ 540”, disse o senador que vai conversar amanhã (4) com dirigentes de todas as centrais sindicais. Ele ressaltou que o valor do mínimo deve ser definido com responsabilidade e que não há expectativa de conceder para o próximo ano um salário-mínimo que se aproxime de R$ 600.
“Não tenho essa expectativa de ultrapassar ou chegar perto de uma salario-mínimo de R$ 600. Hoje não existe essa expectativa”, disse o senador que alegou falta de recursos orçamentários para bancar esse valor. “Para cada R$ 1 que se sobe no salário-mínimo, temos uma diferença de R$ 286,4 milhões [no Orçamento]. Arredondar o salário-mínimo para R$ 540 é uma realidade”.
“Agora vamos escutar todas as centrais sindicais, saber da argumentação deles em cima de todas essas estimativas que foram colocadas hoje e, a partir disso, vamos pensar em uma negociação de dois anos, como bem orientou a presidenta eleita Dilma Rousseff”, afirmou. De acordo com o relator, o impacto de uma salário-mínimo de R$ 540 é de R$ 400 bilhões na receita total do Orçamento.
O Argello participou hoje da reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) que aprovou o relatório de receita que prevê mais R$ 17,7 bilhões para serem usados pelo governo no próximo ano. Apesar do aumento na estimativa de receita e na expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto, Gim Argello enfatizou que o Orçamento ainda é muito curto. “Temos demandas de toda ordem: saúde, educação, segurança. Com esse tanto de demanda, mesmo com esse aumento de receita, o cobertor do Orçamento continua curto”, disse.
Agência Brasil
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