Porto Príncipe - Manifestações de caráter político têm sido, nos últimos dias, o principal desafio dos mais de 800 militares que integram o Brabat 2, o mais novo dos três batalhões da força de paz brasileira no Haiti. A afirmação é do coronel José Carlos Avellar, subcomandante do batalhão criado semanas depois do terremoto que atingiu o país caribenho em janeiro deste ano.
Avellar disse que nesses dias que antecedem as eleições gerais do Haiti, marcadas para 28 de novembro, têm sido comuns os enfrentamentos entre militares brasileiros e manifestantes que, segundo o oficial, são ligados a partidos políticos. “Alguns desses políticos não veem chance de vencer e procuram desestabilizar a situação para tentar adiar as eleições”, disse.
Manifestações políticas têm sido percebidas não apenas na área do Brabat 2. No último dia 15, um confronto entre manifestantes e soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) no norte do país, área que não está sob jurisdição de tropas brasileiras, deixou dois mortos e vários feridos. A Minustah condenou a violência e considerou que ela teve “motivação política”.
As manifestações políticas, no entanto, não são o único desafio do Brabat 2, que trabalha em áreas críticas como o bairro de Bel Air, onde atuam gangues. Soldados brasileiros têm tentado coibir também ações criminosas, como no último sábado (20), quando um militar brasileiro teve que disparar para o alto, para evitar o assalto de uma idosa por homens armados em uma rua de Porto Príncipe. “Acreditamos que a nossa presença ostensiva nas ruas tem evitado a ocorrência de muitos crimes”, disse o coronel.
Agência Brasil
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