Rio de Janeiro- Um dos maiores blocos de carnaval da capital fluminense, o Cordão do Bola Preta anunciou um acordo de R$ 50 mil com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) - responsável pela cobrança de direitos autorais no país. A agremiação quitará débitos pela exibição públicas de músicas até 2008. De la para cá, o valor está sendo negociado.
O presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto, questiona o critério do Ecad de cobrar do bloco uma taxa proporcional ao público que compareceu a festas e desfiles nos dois últimos anos. Ele quer que o órgão mantenha o critério adotado para o carnaval de 2011, de cobrar 10% do custo do desfile.
"Pela tabela do Ecad, o Bola Preta não teria condições de desfilar. Aliás, ninguém teria. Pelo público que agrega nos seus desfiles, o bloco teria que pagar ao Ecad cerca de R$ 8 milhões para sair às ruas, com base na nossa estimativa", disse Ernesto. "O Ecad sabe que não há como pagar isso".
Na última sexta-feira (25), o Bola Preta arrastou cerca de 100 mil foliões pelas ruas do centro da cidade. Para este sábado (5), não há previsão oficial de público.
O gerente executivo de Arrecadação do Ecad, Márcio Fernandes, informa que vai discutir a proposta com o Bola Preta, mas que o critério de 10% sobre os custos deve ser aplicado sobre todos os blocos cariocas daqui para a frente. "Cada bloco que nos procura, negociamos um valor de acordo com o tamanho do bloco. O que vai ter um custo menor, fazemos acordo com um valor menor.
Segundo o executivo, a música é um elemento importante para o desfile, assim como a iluminação, a infraestrutura e a segurança, e não há motivo para recusa do pagamento.
Os critérios que estabelecem as taxas de arrecadação do Ecad sobre os blocos também são questionados por sindicalistas e pela associação Folia Carioca. Eles querem mais transparências na definição das taxas e flexibilização da cobrança .
O carnaval de rua deve atrair cerca de 1,5 milhão de foliões na cidade do Rio, segundo a prefeitura. Além dos desfiles de escolas de samba na Sapucaí, haverá centenas de blocos nas ruas.
Agência Brasil
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