quinta-feira, 22 de setembro de 2011

EXPOSIÇÃO HOMENAGEIA DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro abriu para visitação, nesta quarta (21), a mostra “Viva com Arte”, com 18 telas pintadas com a boca por artistas portadores de deficiência. “Mesmo sem ter uma deficiência nos braços e nas pernas, não consigo chegar a tamanha perfeição. Isso prova o quanto a arte pode transformar uma vida e que não há limites para o ser humano. Esses artistas desenvolvem um trabalho incrível, de superação”, ressaltou o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), durante o evento de abertura no Saguão Getúlio Vargas do Palácio Tiradentes.

Presidente da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da Alerj, o deputado Márcio Pacheco (PSC) disse que a exposição mostra, “para a própria sociedade, que limitações não impedem qualquer tipo de manifestação cultural”. “Diante de todas as limitações, considero esses artistas os melhores do mundo. Trata-se de uma exposição de alto nível, realizada por pessoas que muitos consideravam incapazes de realizar qualquer tipo de obra. Hoje, é um dia de homenagens, onde espero que esses artistas possam, através de seus trabalhos, representar os indefesos, aqueles que não têm seus direitos garantidos”, argumentou.

Autores das telas, os artistas Luciano Alves, de 25 anos, Jéfferson Maia, 47, e Marcelo Cunha, 42, estiveram presentes na abertura e falaram sobre suas inspirações. Alves pinta desde que sofreu um acidente na Praia do Arpoador, há oito anos. “Nunca tive pretensão em trabalhar no meio artístico. No processo de reabilitação e adaptação, comecei a me interessar. O que começou como um hobby é, hoje, o meu trabalho. A arte é a minha inclusão na sociedade e minha maior inspiração é a cidade do Rio de Janeiro”, explicou.

Maia é o único dos três artistas que possui movimento nos braços, mas faz questão de pintar com a boca. “O movimento residual que tenho no braço é muito precário. Desenvolvo melhor minha precisão, por incrível que pareça, com a boca. Minha maior inspiração é o momento, independente da situação”, revelou o pintor, paraplégico desde 1987 por ter levado um tiro no pescoço durante um assalto. Já Cunha, o mais experiente deles, pinta há 17 anos, desde que sofreu um acidente em uma cachoeira e ficou tetraplégico. “Sempre procuro trabalhar com mensagens de otimismo, levando a vida de forma intensa. Minha maior inspiração é o meu comprometimento”, argumentou.

Coordenadora da comissão e da exposição, Patrícia Ricardo falou sobre a escolha dos artistas. “Além da qualidade das obras e da técnica apurada, outro critério utilizado foi a procura por pessoas que já possuem um engajamento na luta em defesa de quem vive com deficiência. Aqui, na exposição, queremos mostrar que não existe diferença entre as pessoas”, enalteceu. Os artistas da são ligados à Associação de Pintores com a Boca e os Pés, cujo site é www.apbp.com.br, fundada em 1956.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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