A lembrança da barbárie que tirou a vida
de mais de seis milhões de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, foi o tema
da sessão solene realizada na Câmara de Vereadores de Niterói na noite desta segunda
(16). Promovida por diversas entidades judaicas e de movimentos pela paz,
contou com a participação de Alekssander Laks, da Associação dos Sobreviventes
do Holocausto; de Alberto Hasson, da Comunidade Judaica de Niterói; Tobias
Frydman, do Centro Israelita; e de Luiz Benyosef, do Memorial Judaico de
Vassouras, entre outros convidados. “Eu tinha 13 anos quando sobrevivi à caça
aos judeus escondido junto com dezenas de crianças. Presenciei crianças sendo
mortas apenas porque choravam. Foram experiências que marcaram a minha vida”,
contou Laks.
Desde 2006 o holocausto é lembrado na
Câmara por força de lei municipal. Por iniciativa do presidente Paulo Bagueira
(PPS), que abriu a sessão solene, está tramitando na Casa projeto de lei para
que a Rede Municipal de Educação inclua no currículo escolar noções sobre a
tragédia vivida pelos judeus e outras formas de intolerância e discriminação.
“É importante que a população, crianças, jovens e adultos, tenham conhecimento
dos horrores vividos pela comunidade judaica durante o holocausto.
Discriminação de qualquer tipo, seja racial, econômica ou de opção sexual, não
podem ser toleradas”, ressalta Bagueira.
Depois de aberta por Bagueira, a sessão
passou a ser presidida por Luiz Benyosef, responsável também pela exposição de
documentos e fotos montada no hall lateral da Câmara, aberta à visitação
pública até o final de abril. Fotos, informações históricas, mapas e trabalhos
produzidos por crianças da rede pública fazem parte da exposição. Além das já
citadas, também contribuíram para a realização do evento a Associação David
Frishman de Cultura e Recreação; a Sociedade Hebraica de Niterói, a Bnai-Brith,
e a organização feminina Wizo-Centro Scylla Schneider de Niterói. A Secretaria
Municipal de Educação foi representada pela professora Palmira Silva. O Coral
Moisés Kawa, da Associação David Frschman, emocionou a todos com cânticos e
hinos.
A escolha do mês ocorre em função do
Levante do Gueto de Varsóvia, que aconteceu em 19 de abril de 1943, quando os
judeus e poloneses perseguidos pelo regime nazista, ficaram 40 dias combatendo
os alemães, sendo o único foco de resistência às tropas de Hitler. Em 2011 uma
exposição com o tema “Vida e Obra de Albert Einstein”, da coleção pertencente
ao Museu Judaico do Rio de Janeiro, foi vista por centenas de estudantes e
pesquisadores. Em 2010 o tema abordou a vida do professor polonês Janusz
Korczak, morto em um campo de concentração da Polônia, e foi vista por mais de
2 mil pessoas.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
Ascom CMN
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