O ex-presidente do
Grupo Galileo Educacional, Márcio André Mendes Costa, não
compareceu à reunião desta quinta (20) da Comissão
Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares
do estado. De acordo com o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT), foram enviadas e recebidas cartas
convocatórias em três endereços, mas Márcio Costa não explicou o
motivo pelo qual não compareceu às reuniões da CPI. Ele foi o
responsável pela transição entre as antigas administrações das
instituições de ensino e o Grupo Galileo. "Ele não compareceu
e não apresentou os devidos esclarecimentos, além de ter orientado
a sua secretária a não receber mais nenhum documento da CPI. Então
vamos tomar as providências que a lei nos permite, que é trazê-lo
aqui de forma coercitiva, através de força policial", frisou o
parlamentar.
O professor Cândido
Mendes também não compareceu, mas enviou um comunicado à CPI
justificando sua ausência. Luciana Tostes, procuradora do Ministério
Público do Trabalho, apresentou as diversas notificações que foram
encaminhadas aos administradores da Gama Filho e UniverCidade.
"Comprovamos que as questões afeitas ao não pagamento dos
professores e ao descumprimento do pactuado é de conhecimento de
todos os integrantes do Grupo Galileo, ao contrário do que os
representantes do grupo alegaram na semana passada", afirmou a
procuradora. "Há indícios da fusão das atividades
educacionais das duas instituições de ensino geridas pelo Grupo
Galileo, o que seria um procedimento que demandaria autorização do
MEC, e não temos certeza se isso ocorreria", acrescentou.
Representante do
Diretório Central dos Estudantes da UniverCidade, Marcus Vinícius
Pompeu de Souza, aluno do 6º período de Comunicação Social da
entidade, criticou o aumento nas mensalidades. "Os principais
problemas são a precarização do ensino, da estrutura e o aumento
abusivo das mensalidades. A mensalidade do meu curso, por exemplo,
aumentou 18% no início deste ano", reclamou Marcus Vinícius. O
estudante também salientou os indícios de que o Grupo Galileo teria
fundido as universidades sem comunicar aos alunos: "Há
professores da Gama Filho que estão lecionando também na
UniverCidade, e as provas e outros documentos estão timbrados com a
logomarca de ambras as faculdades e da Galileo".
Na próxima
quinta (27), deverão comparecer à reunião da comissão,
no Palácio Tiradentes, representantes da Universidade
Estácio de Sá e da União Estadual dos Estudantes. Relator da
comissão, o deputado Robson Leite (PT) acredita ser importante ouvir alunos
representantes das outras universidades. "Precisamos colher mais
depoimentos dos estudantes; eles também têm muito a dizer e a
colaborar com as nossas investigações", acrescentou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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