sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CPI PEDE À JUNTA COMERCIAL DADOS SOBRE VENDA DA SUESC‏

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares no estado anunciou na reunião desta quinta (18) que pedirá à Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro a composição societária dos grupos compradores da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc). Segundo o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT), a medida é importante para investigar ilegalidades nos processos de compra e venda da instituição. "Nós vamos solicitar a relação dos contratos com as suas atualizações. Assim, em cada fase na qual for encontrada ilegalidade, saberemos quem deve ser responsabilizado", afirmou o parlamentar.
A Suesc foi vendida para a Kroton Educacional, que através de outra empresa de seu grupo, a Editora e Distribuidora Educacional, adquiriu 100% da instituição, por R$ 31,5 milhões. Na época, a faculdade contava com 3.500 alunos em três cursos de bacharelado - Direito, Administração e Ciências Contábeis. 

Após a venda, a Kroton decidiu utilizar o nome “Pitágoras", marca também controlada pela empresa, e essa mudança coincidiu com uma série de demissões e mudanças na gestão da faculdade. Passados alguns meses, a instituição começou a se nomear "Nova Suesc", mas em alguns documentos internos ainda constavam os dois nomes anteriores. Nesta quinta, a CPI ouviu o depoimento do aluno da Suesc Elder de Araújo Nascimento, que, entre as denúncias, comentou a mudança de endereço da faculdade: "Os alunos foram realocados em função da desapropriação do antigo prédio. Agora estamos tendo aulas onde funcionava uma agência de automóveis. Temos dificuldades lá, porque é uma construção que não foi projetada para receber uma instituição de ensino".

O relator da CPI, deputado Robson Leite (PT), acredita que com os documentos solicitados à Junta Comercial em mãos outras questões serão esclarecidas: "É importante para que possamos identificar quem administra a universidade, além de avaliar essa questão de haver ações na bolsa de valores". O petista informou que recebeu por email denúncias de fraudes na contratação de professores da Universidade Estácio de Sá e insistiu na reconvocação de seus reitores. "Contrata-se um professor na cidade do Rio, que trabalha por anos nessa unidade, e esse mesmo professor vai dar aula em um outro campus, onde ele é recontratado sem que seja levado em conta o seu tempo de casa, com um salário mais baixo. Precisamos ouvir os reitores", disse.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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