A Comissão Parlamentar
de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que
investiga denúncias contra as universidades particulares no estado
anunciou na reunião desta quinta (18) que pedirá à Junta
Comercial do Estado do Rio de Janeiro a composição
societária dos grupos compradores da Sociedade Unificada de Ensino
Superior e Cultura (Suesc). Segundo o presidente da comissão,
deputado Paulo Ramos (PDT), a medida é importante para investigar
ilegalidades nos processos de compra e venda da instituição. "Nós
vamos solicitar a relação dos contratos com as suas atualizações.
Assim, em cada fase na qual for encontrada ilegalidade, saberemos
quem deve ser responsabilizado", afirmou o parlamentar.
A Suesc foi vendida
para a Kroton Educacional, que através de outra empresa de seu
grupo, a Editora e Distribuidora Educacional, adquiriu 100% da
instituição, por R$ 31,5 milhões. Na época, a faculdade contava
com 3.500 alunos em três cursos de bacharelado - Direito,
Administração e Ciências Contábeis.
Após a venda, a Kroton
decidiu utilizar o nome “Pitágoras", marca também controlada
pela empresa, e essa mudança coincidiu com uma série de demissões
e mudanças na gestão da faculdade. Passados alguns meses, a
instituição começou a se nomear "Nova Suesc", mas em
alguns documentos internos ainda constavam os dois nomes anteriores.
Nesta quinta, a CPI ouviu o depoimento do aluno da Suesc Elder de
Araújo Nascimento, que, entre as denúncias, comentou a mudança de
endereço da faculdade: "Os alunos foram realocados em função
da desapropriação do antigo prédio. Agora estamos tendo aulas onde
funcionava uma agência de automóveis. Temos dificuldades lá,
porque é uma construção que não foi projetada para receber uma
instituição de ensino".
O relator da CPI,
deputado Robson Leite (PT), acredita que com os documentos solicitados à
Junta Comercial em mãos outras questões serão esclarecidas: "É
importante para que possamos identificar quem administra a
universidade, além de avaliar essa questão de haver ações na
bolsa de valores". O petista informou que recebeu por email
denúncias de fraudes na contratação de professores da Universidade
Estácio de Sá e insistiu na reconvocação de seus reitores.
"Contrata-se um professor na cidade do Rio, que trabalha por
anos nessa unidade, e esse mesmo professor vai dar aula em um outro
campus, onde ele é recontratado sem que seja levado em conta o seu
tempo de casa, com um salário mais baixo. Precisamos ouvir os
reitores", disse.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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