A realização de
convênios entre a Universidade Candido Mendes e outras
entidades é ilegal, pois a UCM, como uma instituição filantrópica,
não pode ter relações de negócios com sociedades anônimas. Quem
deu a informação foi o relator da Comissão Parlamentar de
Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que
investiga denúncias contra as universidades particulares, deputado Robson Leite (PT). Nesta quinta (25), o pró-reitor da UCM,
Alexandre Gazé, deu depoimento à CPI, presidida pela deputado Paulo Ramos (PDT). Gazé justificou as demissões de funcionários como
uma forma de a universidade manter a tradição de qualidade de
ensino e falou sobre os convênios: “Dessa maneira, é possível
levar o ensino superior às comunidades mais carentes”.
“Muitos alunos desses
lugares não têm condições de pagar a mensalidade, e os convênios
servem para reduzir o valor da taxa”, continuou o pró-reitor. O
diretor-presidente da UCM, Candido Mendes, não compareceu à reunião
da CPI, mas enviou um ofício ao presidente da comissão, em que
constavam algumas declarações que não foram confirmadas por Gazé
nesta quinta – dentre elas, a que a instituição está ciente do
atraso no pagamento de salários aos funcionários e da não
obediência aos direitos trabalhistas. De acordo com o pró-reitor,
“não há reclamações de problemas por parte nem dos professores
e nem dos alunos”.
Uma das instituições
que celebrou convênios com a UCM, a AVM Faculdades Integradas,
antigo Instituto A Voz do Mestre, mandou representante para a
reunião. Diretor da AVM, Fernando Ayres reforçou o que já havia
sido dito por Gazé: “Esse tipo de convênio é permitido porque
gera recursos para a UCM, que está arrecadando e não doando
dinheiro”. O deputado Paulo Ramos discordou e afirmou que esses
convênios estão sendo feitos de maneira incorreta. “As
irregularidades acontecem e existe uma cumplicidade generalizada ou
uma omissão por parte dos responsáveis por fiscalizar essas
entidades. Estamos apurando”, concluiu o pedetista.
Para esclarecer essas
questões, a CPI irá convocar novamente o diretor-presidente e o
pró-reitor da Universidade Candido Mendes. “Alguém está faltando
com a verdade nessa história. Chamaremos os dois representantes da
UCM novamente para deixar tudo claro de uma vez por todas, pois há
outras demandas a que devemos nos atentar para a CPI avançar”,
pontuou Robson Leite. A próxima etapa da comissão é apurar como
estão sendo feitos os convênios com instituições do interior do
estado. Uma nova reunião está prevista para ocorrer no dia 8 de
novembro.
Edição: Camilo Borges
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