A Comissão de Cultura
da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro irá montar um grupo de
trabalho para acompanhar as ações do poder público no que diz
respeito à reabertura dos equipamentos culturais fechados no estado,
além de estabelecer um canal de comunicação entre a sociedade
civil e os gestores. O anúncio foi feito, em audiência pública,
realizada nesta segunda (20), pelo presidente do colegiado,
deputado Robson Leite (PT). “Esperamos que as autoridades cumpram seu papel de
reabrir esses espaços fechados desde o trágico acidente ocorrido na
boate Kiss, em Santa Maria (RS), com permanente diálogo com os
movimentos da área de cultura”, afirmou o petista.
A subsecretária de
Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Cultura,
Olga Campista, lembrou que a integração entre os poderes municipal,
estadual e federal ocorre de forma inédita no Rio e que está sendo
montado um Plano Estadual de Cultura. Nesse documento, segundo ela,
será desenvolvido o mapa cultural, para resgatar e conhecer todas as
manifestações do estado. “Aos poucos, estamos recuperando os
teatros que são do Governo estadual”, afirmou. A subsecretária
garantiu que o Teatro Mário Lago, em Vila Kennedy, na zona Oeste da
capital, será reaberto este ano, e que o Teatro Villa-Lobos, em
Copacabana, está em fase de finalização de projeto, com processo
de licitação estimado para começar em três meses.
O Teatro Armando
Gonzaga, localizado em Marechal Hermes, terá que passar por novo
processo de licitação, já que a empresa vencedora desistiu do
negócio, devolvendo os recursos obtidos. Olga anunciou que as obras
da Sala Cecília Meirelles, localizada no bairro da Lapa, terminam em
janeiro de 2014. Marcelo Velloso, representante regional do
Ministério da Cultura, lembrou que, em dezembro do ano
passado, o Governo federal lançou o Sistema Nacional de Cultura e
que a pasta tem realizado significativos avanços. “Ocorre que o
processo de organização destes locais, com ordenação e segurança
adequados, gera também um maior custo aos produtores. E é esse o
nosso grande desafio, para que essa conta não seja empurrada para o
artista”, frisou Velloso.
A subsecretária
Municipal de Cultura do Rio, Danielle Nigromonte, disse que será
retomada a criação do Plano Municipal de Cultura. A representante
da prefeitura afirmou que, após o incêndio ocorrido na Kiss, foi
realizada uma grande operação de fiscalização na capital
fluminense. “Dos quase 60 equipamentos da cidade, descobrimos que
36 não tinham autorização do Corpo de Bombeiros e, o pior, que 26
jamais haviam possuído tal permissão”, contou Danielle,
ressaltando que, em 90 dias, todos os espaços municipais já haviam
sido reabertos, devidamente reformados e regulamentados.
Representantes da sociedade civil fizeram diversas reivindicações,
exigindo um maior diálogo com a gestão pública, ressaltando a
necessidade de um processo de valorização do subúrbio, além de
reforma e reabertura dos equipamentos culturais que foram fechados.
“Os mesmos esforços
feitos para os grandes eventos que virão nos próximos anos têm que
ser realizados para estimular a produção cultural local”, afirmou
o produtor cultural Marcos Faustini. As escolas técnicas
profissionalizantes também foram alvo de preocupação por parte dos
participantes da audiência, o que fez o deputado Robson Leite
afirmar que vai enviar um ofício ao presidente da Comissão de
Educação da Casa, deputado Comte Bittencourt (PPS), para que a Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia seja convidada a prestar esclarecimentos sobre o
funcionamento de tais unidades de ensino.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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