sexta-feira, 20 de setembro de 2013

RELIGIOSOS E DEPUTADOS DISCUTEM DENÚNCIAS DE INTOLERÂNCIA‏

"As pessoas de bem, sejam elas de matrizes africanas ou evangélicas, têm de se unir para dar um basta na discriminação religiosa". Este foi o conselho do Pai Luiz do Omulu, representante da Umbanda e um dos convidados da audiência pública da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional, presidida pelo deputado Bernardo Rossi (PMDB), realizada na última quarta (18) com o objetivo de debater a expulsão de umbandistas de favelas do Rio, revelada no início do mês.
Segundo o umbandista, existem problemas relacionados à intolerância não só por conta da ação de traficantes. Ele contou já ter ouvido diversas denúncias de expulsão, violência em lugares públicos e até intolerância religiosa, mas vindas de educadores. Evangélica há 33 anos, a deputada Rosângela Gomes (PRB) nega a união do tráfico com correntes evangélicas. "Não acredito que homem ou mulher convertidos esteja no tráfico. Uma coisa é a vida no tráfico. Outra, a vida com Deus", opinou. De acordo com a deputada, não há justificativa para a retirada de umbandistas de favelas, como o ocorrido. O deputado Átila Nunes (PSL) concordou com Rosângela e reforçou que a pessoa "pode ser convertida ou traficante, mas a pessoa não pode ser ambos". Ele defendeu a realização de uma nova audiência, para aprofundar o debate. "No momento em que você detecta as razões disso, você pode atacar o problema", concluiu Nunes.
Responsável pelo Núcleo de Combate à Intolerância Religiosa da Polícia Civil, o delegado Henrique Pessoa destacou os avanços no combate a esse tipo de preconceito nos últimos anos. Segundo Pessoa, a possibilidade de registrar a ocorrência na delegacia como intolerância religiosa, em vez de ofensa verbal, ameaça, lesão corporal, etc, foi uma das melhorias. "A questão da intolerância religiosa ficava à parte desse processo. Até para a gente entender como a coisa funcionava, de que forma, onde, quais eram as religiões ofendidas e ofensoras isso seria importante", recordou Pessoa. Ele também apontou a ênfase no racismo durante as quatro horas de aula para policiais sobre crime de ódio e a existência de religiosos na Academia da Polícia como avanços no combate ao preconceito.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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