Um dia após a entrada em vigor do reajuste de 42% nas contas de energia elétrica para os moradores de Niterói, vereadores receberam na tarde desta segunda (16), uma equipe técnica da Concessionária Ampla para explicar as razões do aumento e a demora em restabelecer a energia quando há queda no fornecimento. Após a reunião, o presidente da Casa, Paulo Bagueira (SDD) anunciou que irá convidar a Agência Nacional de Energia Elétrica para uma reunião e que a Casa irá aprovar o requerimento dos vereadores Leonardo Giordano (PT) e Paulo Henrique Oliveira (PPS) de realização de uma audiência pública para que a Ampla explique aos consumidores o reajuste.
Uma das principais indagações feitas pelos vereadores é sobre a poda de árvores que atrapalham a rede de energia elétrica e responsável, na maioria das vezes, pelo corte do fornecimento. “Notamos que não há uma preocupação em preservar e proteger as árvores dentro do que prevê lei de minha autoria aprovada por esta casa. A Ampla admitiu, por exemplo, que não conta com um técnico ambiental para realizar tal serviço, o que contraria a nossa legislação”, disse Leonardo Giordano. A poda de árvores foi o tema que mais rendeu críticas dos vereadores, principalmente na falta de entrosamento entre a Prefeitura e a concessionária para atender a demanda. “Tenho em meu gabinete uma série de indicações legislativas apontando locais que precisam de poda e elas não são atendidas”, criticou o vereador Renato Cariello (PDT).
Já Paulo Eduardo Gomes, líder do Psol na Câmara, questionou a lei de autoria do ex-prefeito Godofredo Pinto (PT) e que não foi regulamentada, que previa a instalação de uma rede subterrânea no município. “O governo municipal anuncia agora que pretende enterrar os cabos de energia e telecomunicações de toda a rua Moreira Cesar, em Icaraí. Questionamos a razão dessa lei não ter sido regulamentada à época e que nenhum estudo ter sido feito. Foi simplesmente ignorada”.
O presidente Paulo Bagueira disse que a reunião com a Aneel é importante para que se possa confrontar as informações fornecidas pelos técnicos da Aneel. “Eles alegam que o reajuste foi autorizado pela agência e que serve para um reequilíbrio das contas do setor de energia do governo federal. Segundo eles, para o cofre da empresa o reajuste é de 0,47%. Queremos saber da Aneel como se chega a esse percentual de 42% que, seguramente, é um absurdo para qualquer pessoa pagar. Há questões conflitantes como, por exemplo, a Ampla dizer que trabalha para restabelecer a energia elétrica em no máximo 24 horas, quando a Aneel exige que tal serviço seja prestado em no máximo 12 horas. Outra questão é sobre a concessão de 30 anos. Já se passaram 19 e a empresa mudou de dono algumas vezes. Por isso consideramos ser importante a presença de técnicos da agência e se possível na audiência pública que será marcada”, concluiu.
Ascom CMN
Edição: Camilo Borges
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