A criação de um núcleo de referência em HIV/AIDS, no centro de Niterói, a fim de facilitar o atendimento e o teste rápido para o diagnóstico aos possíveis pacientes infectados com o vírus HIV, foi uma das propostas trazidas pelo setor de DST/AIDS, da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVIG), setor ligado a Vice-Presidência em Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família (VIPACAF), da Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS), nesta quinta-feira (09/12) durante I Jornada de HIV/AIDS, na Policlínica de Especialidades Sérgio Arouca, em Santa Rosa.
O evento discutiu o panorama da enfermidade no município, bem como as questões jurídicas envolvendo os soropositivos, a adesão ao tratamento, entre outros temas. A coordenação, acredita que um núcleo no Centro irá agilizar a notificação e a adesão de um maior número de pessoas, principalmente da população central da cidade, exposta a riscos, como os moradores de rua, travestis, usuários de drogas, profissionais do sexo e jovens até 24 anos. Com o teste de diagnóstico rápido, já realizado atualmente nas unidades de saúde do município, a pessoa terá resultado definitivo, ou seja, se é ou não soropositivo, podendo iniciar imediatamente o tratamento. O teste é altamente seguro e não há necessidade de repetição.
BALANÇO
Na jornada, técnicos da COVIG fizeram um balanço dos casos notificados de AIDS desde 1983 até novembro deste ano, em Niterói e em algumas cidades do Estado e no restante do País. Neste período houve 2.685 casos notificados em Niterói (1896 em homens e 789 em mulheres), 1.316 em São Gonçalo e 143 em Itaboraí, entre outros. No interior do Estado e na Região Metropolitana ao todo, desde 1983 foram 5.063 casos registrados de AIDS.
A unidade de saúde sediada no município que mais atende aos casos de AIDS é o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), com 1.578 pacientes, e em seguida vem o Hospital Municipal Carlos Tortelly (HMCT), com 1.090.
Na faixa etária de 13 a 24 anos, também nesses últimos sete anos, foram contabilizados 273 casos, sendo 179 em rapazes e 94 em moças. De janeiro a novembro de 2010 foram notificados quatro novos casos nessa faixa etária, dois masculinos e dois femininos, sendo a escolaridade entre a 5ª e 6ª séries do ensino fundamental. Na faixa adulta, a maior incidência fica entre os 20 e 40 anos. Outra comprovação também em Niterói, a exemplo de todo País, é o aumento dos casos na terceira idade. Com o advento do Viagra e demais medicamentos vaso dilatadores, os idosos não tiveram a orientação necessária em relação à preservação.
Palestras
A ONG Grupo Pela Vidda foi representada por Inácio Queiroz, que falou em nome de Patrícia Rios, advogada da entidade, abordando o tema: “Qualidade da assessoria jurídica para pessoas vivendo com HIV/AIDS”. Para ele, qualquer discussão envolvendo os direitos dos portadores de AIDS não pode prescindir de todos os segmentos envolvidos na questão, sejam pacientes, médicos, assistentes sociais, enfermeiros, além dos profissionais da justiça.
“A importância da adesão ao tratamento com antiretrovirais em crianças e adolescentes, compartilhando problemas”, foi o tema debatido pelo diretor da Policlínica Sérgio Arouca e médico pediatra do SAE/HIV/AIDS dos municípios de São Gonçalo e Itaboraí, Sérgio Arino dos Santos, que a alertou sobre a adesão ao tratamento que deve ser de 100%%. Estilo de vida, apoio familiar, apoio da equipe de saúde e medicamentos utilizados são alguns fatores que influenciam a adesão do paciente. Para o pediatra, é importante a abordagem cuidadosa, o acolhimento dos profissionais de saúde, além de espaços que possibilitem um tratamento digno para esse segmento.
Site PMN
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