quarta-feira, 13 de abril de 2011

METRÔ NÃO TEM PREVISÃO PARA COLOCAR NOVOS VAGÕES EM FUNCIONAMENTO

O depoimento do diretor de Planejamento Estratégico do Metrô, Eloi Conetti, concedido nesta terça-feira (12/04), durante audiência pública na Comissão de Obras Públicas da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), surpreendeu os parlamentares. Segundo ele, a empresa tem 119 vagões comprados da China, em 2007, que deveriam estar em funcionamento desde o ano passado. Entretanto, ele informou que não há previsão de colocá-los em funcionamento porque ainda não foram entregues.

Conetti explicou que o contrato de concessão não define prazos para a ampliação do sistema. Entretanto, na última semana o deputado Pedro Fernandes (PMDB), presidente da comissão, realizou viagens nos horários de maior procura e registrou em vídeo o sofrimento dos passageiros. “Hoje os usuários do metrô sofrem também com o sistema de ar condicionado que, sobrecarregado, não dá vazão. A Casa está se reunindo para dar à população o que ela merece: um tratamento digno”, disse o parlamentar.

A comissão queria apurar a origem dos problemas que afetam os serviços do Metrô. Conetti, por sua vez, alegou não estar preparado para responder as questões levantadas pelos parlamentares, mas assegurou que a empresa vem buscando melhorias. Ele lembrou que a última pane elétrica ocorrida nos vagões, que durou cerca de uma hora, teria sido o resultado de danos causados por roedores na caixa de máquinas.

Pelo levantamento da empresa, nos horários de mais procura o metrô transporta seis pessoas por metro quadrado, realidade muito diferente da encontrada por Pedro Fernandes. “É um grande desrespeito com essa Casa e com a população afirmar que apenas seis passageiros compõem um metro quadrado nesses horários. Hoje vemos pelo menos 11 pessoas neste mesmo espaço, sabendo que os padrões internacionais estipulam um máximo de quatro”, declarou. O parlamentar comentou que o limite de passageiros nas composições também não é descrito no contrato de concessão, que também não
prevê punições pela superlotação.

Hoje, nas linhas 1 e 2, o metrô transporta 550 mil pessoas por dia que, desde o dia 4 de abril, passaram a pagar R$ 3,10 na passagem. “Foi um reajuste de 11,5%, muito acima do reajuste do salário de qualquer categoria profissional”, afirmou o deputado Gilberto Palmares (PT). Segundo o parlamentar, em 2006 um relatório sobre acessibilidade nas estações foi encaminhado à Secretaria de Estado de Transportes e, desde então, existe um fundo exclusivo para a construção de rampas e elevadores nos locais, só que as obras estão paradas.

Para o gerente de transportes da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp-RJ), José Luiz Teixeira, o aumento da capacitação do metrô não depende apenas da chegada dos novos trens. “É importante alertar que se houver um aumento de demanda proporcional a taxa de ocupação continua a mesma, então não necessariamente se tem a melhora da qualidade”, afirmou. De acordo com o promotor Carlos Andrezano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) prevê uma multa de R$
10 mil por dia para o não cumprimento de reparos. “Uma vez constatado o descumprimento deste TAC nós vamos executar a multa, que é paga em cima de cada item descumprido”, completou.

Ao final, o deputado Alessandro Calazans (PMN) propôs a comissão realizar uma audiência pública em conjunto com a Comissão de Transportes para dar continuidade ao debate. O presidente da comissão pretende convidar o Secretário de Estado de Transportes, Júlio Lopes, para que ele exija a presença do presidente do Metrô Rio, José Gustavo de Souza Costa, no encontro.

Estiveram presentes na audiência o vice-presidente da comissão, deputado Nilton Salomão (PT), e o membro efetivo, deputado Thiago Pampolha (PRP), além dos deputados Coronel Jairo (PSC) e Altineu Cortes (PR).

Comunicação Social da Alerj

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