A Prefeitura de São Gonçalo abriu uma sindicância para averiguar a responsabilidade de funcionários do Executivo municipal no episódio que envolve a deputada Janira Rocha (PSol), que, em 6 de abril, teria sido agredida no Pronto-Socorro Central da cidade. A informação foi dada pelo secretário Municipal de Saúde, Daniel da Silva Júnior, que esteve presente à audiência pública realizada, nesta quarta-feira (13/04), pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pela deputada Inês Pandeló (PT).
“A comissão pretende tratar a questão sob o ponto de vista do desrespeito a uma mulher. Acredito que esse desrespeito vem da cultura machista. Duvido muito que, se estivesse lá um deputado homem, de terno, ele seria tratado desta maneira. Os seguranças do pronto-socorro já confirmaram as acusações. Queremos que todo o município tenha uma educação de qualidade, uma saúde de qualidade e que as mulheres sejam respeitadas como cidadãs”, comentou a petista.
Segundo o secretário, 20 funcionários estão sob investigação da Comissão de Sindicância do município de São Gonçalo. Todos estavam trabalhando no plantão daquele dia e, pela avaliação do secretário Silva Júnior, cinco deverão ser desligados de seus cargos. “Até segunda-feira, estaremos encaminhando para a Alerj não só o processo da sindicância, mas também outras medidas que foram tomadas pelo Executivo municipal com relação a esse incidente. No momento, são cinco pessoas que estão sob avaliação e muito próximas de serem afastadas”, disse.
Janira Rocha voltou a afirmar que sua visita ao posto de saúde teve como único objetivo verificar as denúncias de moradores. “Recebi denúncias de atendimento de falsos médicos, de cobrança pelo serviço de saúde, proibição da entrada dos sindicalistas, infraestrutura inadequada e omissão de socorro. Chegando lá não me deixaram entrar. Eu e minha equipe sofremos fortes agressões verbais e ameaças de agressões físicas”, reforçou.
O secretário de Saúde negou todas as acusações em relação ao funcionamento do pronto-socorro, mas falou sobre o incidente envolvendo a deputada. “O município está implantando um processo de humanização em todas as suas unidades. Todos os funcionários estão passando por treinamentos para humanizar o atendimento. Por isso, queremos que, se isso realmente aconteceu da forma como está sendo dito, não volte mais a ocorrer”, finalizou Silva Júnior.
O caso foi registrado na 74ª DP (Alcântara) e o presidente da Alerj, deputado
Paulo Melo (PMDB), determinou que a Procuradoria da Casa acompanhe as investigações. A audiência desta tarde foi acompanhada pelas deputadas Rosângela Gomes (PRB) e Claise Maria Zito (PSDB).
Comunicação Social da Alerj
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