Em virtude das péssimas condições de conservação da marquise do Maracanã, o presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Robson Leite (PT), pediu uma avaliação sobre os espaços que recebem grande número de pessoas no estado ao presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno. O pedido foi feito durante audiência pública realizada pelo colegiado nesta sexta (27). A situação do Maracanã consta de um estudo realizado por técnicos da Emop e professores das universidades federais de Goiás (UFG) e do Rio de Janeiro (UFRJ).
Leite ficou surpreso ao saber que, antes da avaliação do estádio para a Copa de 2014, os torcedores frequentavam o local sem garantia de segurança. “Isto justifica uma grande intervenção na cobertura do Maracanã. Por essa razão, solicitei à Emop a fiscalização dos demais aparelhos culturais e esportivos onde haja a aglomeração de pessoas”, afirmou. Para o presidente da Emop, as avaliações serão fundamentais para evitar possíveis acidentes. “Vamos providenciar essa fiscalização, começando pelo Estádio Caio Martins, que é de responsabilidade do Governo do estado”, declarou.
Segundo Moreno, após o início das obras de reforma do Maracanã, foi possível detectar problemas estruturais mais graves. “Temos que dar aos torcedores tecnologia, modernidade, conforto e segurança acima de tudo”, completou. Enio Pazini, professor titular do curso de Engenharia Civil da UFG, foi o responsável pelo estudo que condenou a cobertura do estádio. “Os resultados indicam que o estado de conservação da marquise era precário, principalmente pelo estágio avançado de corrosão das armaduras do concreto”, afirmou.
Para Pazini, a demolição da cobertura do Maracanã e a instalação de uma estrutura mais moderna é a opção viável, diante dos prazos e regras estabelecidas pela FIFA.
“O risco de continuar com uma estrutura como aquela era muito grande, tendo em vista os eventos internacionais que vão ser realizados”, comunicou. O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RJ), Carlos Fernando Andrade, que autorizou a reforma do estádio, mesmo sendo o Maracanã um patrimônio tombado, garantiu que o local não perderá sua caracterização. “A substituição da cobertura de concreto por uma cobertura de lonas tencionadas não mudará, de forma drástica, a arquitetura do lugar”, declarou.
Andrade defendeu sua decisão alegando que a existência do tombamento não se sobrepunha à manutenção da estrutura. “Com essa substituição, estamos garantindo a participação do Maracanã nos jogos da Copa de 2014”, completou. Para o deputado Luiz Paulo (PSDB), suplente da comissão, o estudo deveria ter sido apresentado antes do processo licitatório. “Ficou claro que foi imposto, tanto ao Iphan quando à Emop, um caderno de encargos, o que os deixou sem opções em relação às obras. Dessa forma, serão gastos R$ 1 bilhão na repaginação do Maracanã. Isso poderia ser substituído pela construção de um novo estádio, com um custo menor”, acredita.
O presidente da comissão ainda solicitou à Emop uma cópia do caderno de encargos estabelecido pela Fifa, o contrato de licitação das obras, o laudo do estudo e o orçamento básico para a realização da reforma. Também participou da audiência a deputada Myrian Rios (PDT), membro permanente da comissão.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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