segunda-feira, 23 de maio de 2011

EMPRESÁRIOS SÃO A FAVOR DE UM ÚNICO EMISSOR PARA CARTEIRAS ESTUDANTIS

Empresários do ramo artístico ouvidos nesta segunda (23) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga a falsificação de carteirinhas estudantis no estado mostraram-se favoráveis à indicação de um único órgão para a emissão do documento no Rio. Eles concordaram com o presidente do colegiado, deputado Rafael Picciani (PMDB), que acredita que o Governo do estado, através da Secretaria de Estado de Cultura, deve ser o responsável por emitir as carteiras.

“Acredito que deve haver um documento de identificação estudantil único no estado, pois todos são prejudicados pelas falsificações. Os empresários se veem obrigados a aumentar o preço dos ingressos e os estudantes acabam não se beneficiando de seu real direito”, completou o parlamentar. Rafael também disse que a instituição responsável pela emissão deve cuidar do acesso à cultura nos locais desprovidos de equipamentos culturais. “Seja qual for a instituição, ela terá o compromisso de retribuir ao setor, ou seja, se ela vai arrecadar com a emissão, deve investir em municípios que ainda não têm cinema, teatro e afins”, sugeriu.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Empresários Artísticos (Abeart), Ricardo Chantilly, o estudante hoje paga o valor inteiro dos ingressos, o cidadão comum paga dobrado e os empresários, com isso, acabam arcando com eventos cada vez mais vazios. “Atualmente, as pessoas compram as carteirinhas por apenas R$ 30. Por que beneficiar empresas de fora do ramo da cultura se não sabemos para onde vai o dinheiro arrecadado?”, indagou o empresário. Para Chantilly, o Governo também deveria ser o responsável pelas emissões e a verba angariada com o processo, destinada à cultura e ao lazer.

O relator da CPI, deputado Gustavo Tutuca (PSB), alegou que as pessoas que compram carteirinhas falsas não encaram a ação como crime e que não cabe aos parlamentares revogar a Lei da Meia-Entrada, que institui a cobrança de meia-entrada em estabelecimentos de cultura e lazer, mas sim criar um dispositivo que fiscalize e garanta o seu cumprimento. “Estamos providenciando a realização de blitz nos cinemas e nos teatros, pois, dessa forma, com certeza, o uso de carteirinhas falsas será inibido”, apontou Tutuca.

A vice-presidente da CPI, deputada Myrian Rios (PDT), contou que, nos últimos dias, levou seus filhos ao cinema e que teve que mostrar ao bilheteiro o comprovante de pagamento da mensalidade escolar e as carteirinhas de estudante para pagar meia-entrada. “Os bilheteiros não podem ser responsabilizados pela fiscalização das carteirinhas. Esta situação é muito desagradável para ambos os lados”, comentou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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