sexta-feira, 3 de junho de 2011

NITEROIENSE, CAUBY PEIXOTO RECEBE MEDALHA TIRADENTES E CANTA NA ALERJ



Há oito anos sem vir ao Rio, o niteroiense Cauby Peixoto recebeu a maior comenda do Parlamento estadual nesta sexta (03), pelas mãos do deputado André Lazaroni (PMDB). O cantor, “patrimônio vivo da música brasileira”, como classificou Lazaroni, foi homenageado com a Medalha Tiradentes dias antes de sua apresentação, na próxima terça-feira (07/06), no Teatro Oi Casa Grande, onde cantará o repertório de Frank Sinatra. Aproveitando o mote, o parlamentar autor da homenagem comparou: “Há dois grandes cantores, Cauby e Sinatra. Mas, para mim, o nosso Cauby é ainda maior, e deve ser reverenciado como tal”, afirmou.

Último remanescente em atividade da chamada Era do Rádio, Cauby Peixoto se disse emocionado por estar sendo homenageado em seu estado. “Em um momento tão emblemático (ele completou 80 anos em fevereiro e celebra também 60 anos de carreira), é encantador voltar ao Rio, não há como não me sentir em casa, abraçado pela cidade onde comecei, que me deu projeção”, disse o cantor, que recebeu de presente do deputado um microfone de ouro. Foi nele que cantou Conceição, de Jair Amorim e Dunga, imortalizada por ele, e Bastidores, um presente de Chico Buarque.

Sua importância na musica popular brasileira foi endossasda pelo jornalista, escritor, pesquisador e historiador Ricardo Cravo Albin. “Cauby representa muito mais do que um grande cantor. Ele é a magia da grande e inabalável voz, mas também a magia da comunicação, já que foi tão popular no rádio, ultrapassando fronteiras, integrando nosso País, democratizando a nossa música”, disse o autor do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, entre outros livros. Albin, que administra um instituto com seu nome, que incentiva a pesquisa e a conservação do patrimônio artístico, aproveitou a homenagem para fazer uma defesa da memória cultural. “Há muita ingratidão com os mitos que encantaram e encantas diversas gerações. Cauby pode, e deve, ser ainda mais reverenciado do que é”, defendeu. Também compuseram a mesa a escritora Dalva Lazaroni e o integrante do grupo vocal MPB4 Dalmo Medeiros.

Cauby Peixoto nasceu em Niterói, numa família que tinha a música no sangue. O pai tocava violão e a mãe bandolim; os irmãos eram instrumentistas, e o tio pianista. Cauby estudou num colégio de padres salesianos no Rio de Janeiro e nesse tempo cantava em coral de igreja. Anos mais tarde, quando trabalhava no comercio, apresentou-se em programa de calouros da Rádio Tupi. Cantou também no conjunto de seu irmão Moacir, na boate carioca Casablanca e, em 1951, gravou seu primeiro disco, pela editora Som, lançando o samba “Saia branca” (Geraldo Medeiros), para o carnaval.

Em 1952, mudou-se para São Paulo, passando a cantar nas boates Oásis e Arpège, e na Rádio Excelsior, destacando-se sempre com repertório de músicas estrangeiras. Em 1954, assinou contrato com a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, passando a integrar o elenco de artistas então dominado por ídolos como Emilinha Borba, Marlene e Orlando Silva. Seu lançamento na Rádio Nacional foi preparado nos moldes norte-americanos, com grande publicidade e muita promoção, e, em pouco tempo, ele também se tornaria um ídolo, adorado e perseguido pelas fãs.

Entre o final dos anos de 1950 e início dos 60, Cauby Peixoto viajou aos Estados Unidos para uma turnê, gravação de disco e shows com o nome artístico Ron Coby. O famoso “professor” já interpretou músicas de Frank Sinatra, Roberto Carlos, Baden Powell, Chico Buarque, Tom Jobim, entre outros cantores e compositores.


Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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