sexta-feira, 9 de novembro de 2012

EMPRESAS LIGADAS À CÂNDIDO MENDES NUNCA FUNCIONARAM, DIZ PRÓ-REITOR‏

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares no estado, o pró-reitor da Universidade Cândido Mendes, Alexandre Gazé, disse que as empresas particulares ligadas à instituição nunca funcionaram de fato. "A Ucam não mantém relação com as empresas porque na verdade elas nunca funcionaram. A CPI recebeu a documentação necessária com as baixas das empresas. Elas nunca fizeram nenhum tipo de negócio com a Cândido Mendes", afirmou. Os membros da CPI acreditam na possibilidade de as empresas relacionadas à Ucam usarem a marca da instituição de ensino para firmar convênios com fins lucrativos.

De acordo com o pró-reitor, as empresas foram criadas para tentar distribuir a chancela Cândido Mendes, "mas nunca houve nada". Presidente da CPI, o deputado Paulo Ramos (PDT) considerou importante o depoimento do pró-reitor, mas afirmou que é preciso avançar. "Nós agora precisamos esclarecer esse ponto: foram criadas quatro empresas, houve a afirmação de que elas ficaram inativas. Então porque razão elas foram criadas ?", questionou. Além do pró-reitor da Ucam, a CPI ouviu depoimentos de dois representantes da Confederação Nacional de Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino: a coordenadora-geral, Madalena Peixoto, e o coordenador da Secretaria de Finanças, Fabio Zambon; além do representante do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, professor Celso Napolitano. 

Para Paulo Ramos, os depoimentos dos representantes da Federação foram esclarecedores. "Eles confirmaram o pensamento que orienta os membros da CPI", ponderou. A CPI vai interromper os trabalhos devido ao afastamento do relator, Robson Leite (PT), que deixou a Casa com o retorno do deputado Rodrigo Neves (PT), e deve retomar as atividades no ano que vem.

Instalada em junho, a CPI dedica-se a investigar denúncias sobre gestão fraudulenta, desvio de dinheiro público e irregularidades nas relações trabalhistas com os professores e funcionários por parte de instituições como Gama Filho, Cândido Mendes e Estácio de Sá. Os deputados ouviram queixas sobre assédio moral nos campi, violência e represália às manifestações e greves de professores, além de aumento excessivo das mensalidades e precarização da estrutura dos prédios. Em outubro, o Supremo Tribunal Federal concedeu aval para quebrar o sigilo bancário de algumas das instituições investigadas. “Essas medidas são importantes para apurarmos a adquirição de patrimônios incompatíveis com as finalidades filantrópicas das entidades e descobrirmos ilegalidades nos processos de compra e venda das instituições”, afirmou o deputado Paulo Ramos.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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