O presidente da Frente Parlamentar Pró-Adoção de Crianças e Adolescentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Sabino (PSC), pretende visitar cada um dos 92 municípios do estado, com a intenção de criar frentes em defesa da adoção em todas as cidades. “Vamos visitar as câmaras municipais, propondo aos poderes locais a criação de grupos como o que temos no Congresso Nacional e aqui na Alerj. Acho que isso amplia a nossa luta. A adoção é um tema apaixonante e é impossível não se sensibilizar com esse debate”, comentou o parlamentar, durante evento, nesta sexta (16), no Palácio Tiradentes.
Sabino acredita que a melhor estratégia para aumentar o número de interessados em adotar crianças e adolescentes é a desburocratização. “A frente tem articulado a sociedade, os grupos de adoção, as famílias pretendentes, o Poder Judiciário, a Promotoria e a Defensoria Pública de modo a facilitar esses programas de adoção. As adoções têm procedimentos muito burocráticos e queremos que mais pessoas se interessem por isso. A Alerj vem cumprindo um papel relevante no Brasil, pois foi aqui que esse trabalho das frentes começou e, hoje, já levamos a iniciativa ao Senado e à Câmara dos Deputados”, analisou o deputado.
Os depoimentos de Sabino aconteceram durante o II Seminário das Frentes Parlamentares Mista Intersetorial em Defesa das Políticas de Adoção e da Convivência Familiar e Comunitária do Congresso Nacional e de Pró-Adoção de Crianças e Adolescentes da Alerj. O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) esteve presente no evento e afirmou continuar, no Congresso, a lutar pela desburocratização do sistema de adoção. “Precisamos seguir esse exemplo e discutir como facilitar a adoção no Brasil. É claro que a melhor opção é a integração familiar, mas, quando isso não for possível, queremos que o processo fique mais fácil”, explicou Molon.
Segundo os dados do sexto Censo da População Infanto-Juvenil Acolhida, apresentados pelo Ministério Público Estadual, existem, hoje, 240 entidades de abrigo no estado, com 2.679 crianças acolhidas e apenas 246 aptas para a adoção. A faixa etária entre 13 e 15 anos é a maior no número de crianças acolhidas, contando com 605 casos. Já entre quatro e seis anos, idade de maior procura, só existem 360 crianças. “As pessoas devem priorizar a adoção e esquecer os preconceitos. É preciso ter algum tipo de sensibilização. Hoje, quem procura a adoção só quer crianças brancas, de até três anos e preferencialmente meninas”, comentou o senador Lindberg Farias (PT-RJ), presente no seminário.
O senador ainda analisou os números nacionais do sistema de adoção. “Esse encontro foi importante por trazer muitas contribuições objetivas. Existem 80 mil crianças em abrigos e só 5.400 crianças no cadastro nacional para serem adotadas. O processo precisa ser facilitado”, disse Lindberg. Após a audiência, os parlamentares visitaram o Lar Padre Franz Neumair, um abrigo que recebe crianças até 10 anos, em Niterói. No local, contaram com a presença do subsecretário de Adoção da cidade, Jorge Ministro. Fundado em 1990, o abrigo toma conta de 35 crianças e conta com 31 funcionários.
Segundo a responsável pelo abrigo, irmã Maria Clemence, 16 crianças já foram adotadas em 2011. “O lugar da criança é no seio familiar e não nas instituições. Já tivemos 16 adoções, só neste ano”, comemorou. O espaço oferece ainda oficinas gratuitas de música, esporte e dança. Doações e maiores informações podem ser conseguidas pelo telefone (21) 2714-3939.
Também estiveram presentes no seminário outros deputados estaduais e federais, além da presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção e fundadora da ONG Quintal da Casa de Ana, Maria Barbara Toledo; da presidente do Rio Solidário, Daniela Pedras; e da presidente da Fundação para a Infância e Adolescência, Teresa Cosentino.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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