
Gerente de Projetos Olímpicos da Secretaria de Estado de Transportes, Daisy Góis disse que a adequação dos serviços para tornar os trens e o metrô mais acessíveis a pessoas com deficiência é uma das prioridades do Poder Executivo para os megaeventos esportivos que acontecerão na cidade, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Ela declarou ainda que o Bus Rapid Transit (BRT), ônibus articulado que trafega em canaletas específicas, também será uma solução para melhorar a mobilidade de deficientes. Daisy foi ouvida, ontem (12), durante audiência da Comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência, presidida pelo deputado Márcio Pacheco (PSC).
O encontro foi marcado para a discussão da acessibilidade e da garantia de gratuidade para PPDs nos transportes públicos estaduais. Um dos serviços mais criticados pelos participantes foram os ônibus. Para buscar informações sobre a melhoria desta situação, o deputado informou que pretende convidar os titulares das secretarias de Transportes, de Assistência Social e de Pessoa com Deficiência e Mobilidade do estado e do município do Rio para falar sobre as denúncias de que, atualmente, os ônibus não estariam cumprindo as leis de acessibilidade. “Neste caso, embora a prestação de serviço seja realizada por empresas privadas, ela é uma concessão pública e temos que ficar de olho”, declarou.
A representante do Executivo estadual aproveitou a audiência para uma breve apresentação dos projetos do Governo para a pasta e para falar sobre os investimentos das concessionárias no que se refere à reforma das estações e à melhoria dos sistemas de áudio em trens e metrôs. A gerente disse ainda que o BRT “se assemelha ao metrô, com plataformas específicas para descida e embarque, o que facilita a implantação de um sistema sonoro”. “Nessas plataformas, também queremos colocar profissionais treinados para o auxílio de pessoas com diversos tipos de deficiência”, completou Daisy.
Deborah Pontes, membro da Comissão de Pessoas Portadoras de Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), citou também a falta de avisos sonoros nos ônibus comuns para a indicação da localização dos veículos como um problema. “Um cego não pode andar no ônibus sem que os demais passageiros o ajudem a saber onde ele está”, argumentou. Representante da Associação de Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant, Ricardo de Azevedo Soares reclamou de empresas de ônibus que não cumprem o direito à gratuidade, previsto em lei. “Elas fazem o que querem e, para reclamar, só temos acesso à Fetranspor, uma organização privada que não dá soluções”, queixou-se.
Durante a audiência, os participantes também debateram a necessidade de um cronograma para a total adequação dos meios de transporte à acessibilidade, além da importância de ações educativas para conscientizar a população sobre os direitos dos portadores de deficiência. “Somente com esse cronograma poderemos fiscalizar os órgãos responsáveis e cobrar prazos e resultados”, disse Rafael Sousa, promotor do Ministério Público do estado.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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