terça-feira, 18 de outubro de 2011
Carro oficial de deputado e pastor evangelico, acelera e nós pagamos.
Veículo tem quase 100 infrações. Carro particular de parlamentar deve R$ 2.362,32 de multas
Fé em Deus e pé na tábua. Este poderia ser o lema do deputado estadual Edino Fonseca (PR). Integrante da bancada evangélica, o parlamentar acumula quase cem multas de trânsito só no carro oficial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. A maioria das infrações são por excesso de velocidade. No cadastro de seu veículo particular no Detran-RJ, o político e pastor é responsável por outras 21 multas. Registradas desde 2008, elas correspondem a 99 pontos.
Considerando apenas as infrações cometidas nos últimos doze meses, o político acumulava até segunda-feira 25 pontos em seu prontuário. O Código de Trânsito Brasileiro prevê a suspensão da habilitação para os condutores que atingirem 20 pontos. O Detran-RJ se recusou a informar se instaurou processo administrativo contra Edino.
Sábado, "O DIA" noticiou com exclusividade que a cobrança das multas do carro oficial usado pelo deputado provocou indignação entre alguns parlamentares da Casa. Eles exigem que a conta seja paga pelo político e não com o dinheiro público. Uma reunião da Mesa Diretora foi marcada para hoje, para decidir sobre a questão.
Enquanto aguarda a decisão final, o deputado se defende alegando que as multas são de responsabilidade de seu motorista. “Eu não dirijo, é o motorista. Quando estou no carro chamo atenção dele para que não corra, mas não posso controlar o que ele faz quando não estou”, afirmou o parlamentar, que nunca recorreu nem transferiu responsabilidade pelas multas cometidas com o veículo particular. A dívida de R$ 2.362,32 gerada pelas infrações em seu nome no Detran-RJ também não foram pagas.
Outros dois ‘papagaios’
Além das multas no carro oficial do deputado Edino Fonseca, a Mesa Diretora da Alerj analisa situações semelhantes envolvendo pelo menos dois políticos que já não estão mais na Casa: José Nader Junior e Jorge Babu. Carros oficiais usados por eles também se envolveram em infrações de trânsito que não foram pagas no período em que exerciam seus mandatos. A Mesa discutirá amanhã se estes ‘papagaios’ serão pagos com dinheiro do povo.
José Nader Junior disputou a eleição para deputado federal em 2010, mas não se elegeu. Babu, condenado por formação de quadrilha armada, não obteve registro. Em 2008, Edino Fonseca respondeu a processo no Conselho de Ética por suposto envolvimento com a máfia do auxílio-educação, que desviava o benefício, mas foi absolvido pelo plenário.
O DIA
Edição: Camilo Borges
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