As Comissões de Defesa do Consumidor e de Transporte da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, presididas pelos deputados Cidinha Campos (PDT) e Marcelo Simão (PSB), respectivamente, irão à oficina da SuperVia, em Deodoro, Zona Oeste da capital fluminense, na próxima terça (06), às 9h, para acompanhar a montagem dos novos trens, recém-chegados da China. O anúncio foi feito na manhã de sexta-feira (02), durante audiência pública conjunta dos dois colegiados que teve o objetivo de apurar relatos de desrespeito aos direitos dos consumidores por parte da concessionária. O deputado Marcelo Simão queixou-se da ausência do presidente da SuperVia, José Carlos Cunha. “Esta não é a primeira vez que ele deixa de vir a uma audiência na Assembleia”, afirmou ele. A atitude do presidente da empresa foi vista como “descaso” pela deputada pedetista. “Isto torna evidente o descaso que a concessionária vem tendo com seus passageiros e, agora, com esta Casa. Iremos, na próxima terça-feira, até à oficina da empresa para saber por onde anda a montagem dos novos trens, que já deveriam estar em funcionamento em dezembro”, disse ela.
Durante a reunião, o deputado Domingos Brazão (PMDB) disse que a empresa pode não cumprir o prazo anteriormente anunciado para o início das atividades das novas composições. Segundo ele, os novos trens contam com uma tecnologia não conhecida por profissionais brasileiros e, por isso, dependem de uma montagem específica. “O visto dos chineses que iriam montar estas locomotivas durou apenas 30 dias, sendo que eles necessitam de um intervalo de dois meses para voltarem ao Brasil. Isso atrasou a montagem e o início da operação do novo sistema ferroviário”, informou o deputado. De acordo com o conselheiro da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro, Herval Barros de Souza, a dívida da SuperVia com o órgão já ultrapassou os R$ 4 milhões. “Nós não temos poder de polícia para agir contra a empresa. No entanto, nosso convênio com a Secretaria de Estado de Transporte nos ajuda em todo monitoramento do serviço. No caso da SuperVia, essas inconformidades, que já superam o valor em multas de mais de R$ 4 milhões, são os mais recentes”, relatou o conselheiro.
Além das queixas de camuflagem nos horários e composições mal conservadas, a SuperVia também foi questionada pela questão da acessibilidade nas plataformas e pela ausência de banheiros nas estações. Vice-presidente da Comissão de Transporte, o deputado Dionísio Lins (PP) acrescentou que o sistema ferroviário conta com um sistema de segurança precário, e defendeu a volta do Batalhão de Polícia Ferroviária, extinto em 2009. “Vou oficializar um documento, solicitando que o governador interceda nisso. Hoje, certamente, os usuários dos trens não se sentem seguros. Digo aqui que vou lutar pela volta deste batalhão, para que possamos ter uma melhor segurança. Para mim, a extinção foi um equívoco”, ressaltou. No decorrer da audiência, Cidinha propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar mais a fundo o desempenho da empresa nos últimos meses, considerado precário pelos deputados.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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