O setor do agronegócio
tem participação de, no mínimo, 3,3% do Produto Interno Bruto do estado do Rio. Esse é o principal dado levantado pela
pesquisa preliminar realizada pela Federação da Agricultura,
Pecuária e Pesca, em parceria com a Secretaria de Estado de
Agricultura e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Em 2008, o Tribunal de Contas do Estado avaliou que o
setor participava com apenas 0,4% do PIB. “Essa pesquisa revela um
cenário mais complexo e detalhado sobre a prestação de serviços,
distribuição e tudo que está além da produção da atividade
rural”, comentou o pesquisador Leopoldo Erthal, da Faerj, durante
apresentação, nessa quarta (29), em reunião do Fórum
Permanente de Desenvolvimento Estratégico, entidade que reúne a
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e mais 33 entidades da
sociedade civil e universidades.
Erthal explicou que a
pesquisa envolve duas frentes de trabalho. “Uma que vai na origem
tributária dos produtos e outra, no sentido logístico, que
percorreu o interior do estado, descobrindo os diferentes produtos
que estão sendo vendidos. Os dados preliminares já mostram que
estamos com um percentual nove vezes maior do que imaginávamos.
Antes, acreditava-se que o setor agropecuário não contribuía nem
com 1% do PIB fluminense”, revelou o pesquisador da Faerj. O Fórum
pretende organizar um evento maior assim que os números dessa
pesquisa estiverem totalmente fechados. “Queremos apresentá-los no
plenário da Alerj para gestores públicos e empresários”,
anunciou a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha.
“Com o crescimento do
setor, surgem novas oportunidades. O fato de termos dados reais do
PIB agropecuário do estado faz com que possamos pensar políticas
públicas específicas para o fomento desses setores. Temos, agora,
dados do impacto de atividades, como floricultura e olericultura
(exploração de hortaliças), que, no levantamento mais amplo, não
eram contabilizados”, comentou Geiza. Ela disse que faltam os dados
da Emater para complementar o estudo. “A conclusão deve acontecer
em 30 dias e o Fórum pretende organizar a apresentação final da
pesquisa. Queremos divulgar os dados para o público, visando a uma
discussão mais ampla sobre as políticas que poderemos pensar para o
futuro do Estado do Rio de Janeiro”, frisou.
Segundo a pesquisa,
Teresópolis é a campeã, em números absolutos, na movimentação
do PIB municipal. De acordo com o TCE, o setor agropecuário da
cidade contribui com R$ 111 milhões. Esse montante representa 5,9%
do PIB local. Campos dos Goytacazes, com R$ 78 milhões, e Sumidouro,
com R$ 60 milhões, são os municípios que completam o pódio dos
maiores produtores do estado no setor. Porém, por não ser uma
cidade tão urbana quanto Teresópolis, a agricultura de Sumidouro
contribui com 38% da economia municipal. “Vale lembrar que não
estamos contando com os produtores não formalizados. Nosso grande
desafio é trazer todos para a formalidade, facilitando a compilação
de dados”, acrescentou Erthal.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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