sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PRESIDENTE DO SINDICATO DOS MÉDICOS FALA SOBRE CURSO DA UGF‏

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, disse, nesta quinta (06), em audiência na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que a Universidade Gama Filho, que pertence ao Grupo Galileo, realiza uma “má gestão financeira e educacional do curso de Medicina”. Ele acrescentou que o rompimento do convênio da UGF com a Santa Casa de Misericórdia prejudicou os alunos, que ficaram três meses sem aula prática. A mudança de hospital, ainda segundo Darze, custou à universidade sete vezes mais do que custava o convênio com a Santa Casa. A denúncia foi feita à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga denúncias contra as universidades privadas do estado.

“Essa denúncia reitera o processo de precarização da qualidade de formação dos futuros médicos, que vem acontecendo nas universidades privadas do estado”, declarou o presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT). Darze relatou ainda que a Gama Filho suspendeu o convênio com a Santa Casa em dezembro de 2011 e realocou as aulas práticas dos alunos no Hospital Universitário Gama Filho, antiga Clínica São Bernardo, situado na Barra da Tijuca. “O hospital funcionou somente durante o mês de março, pois não tinha as características exigidas pelo Ministério da Educação e nem pelo Conselho Regional de Medicina, necessárias para ser considerado uma instituição de ensino de medicina prática”, reforçou.

O HUGF foi fechado em abril de 2012 e os alunos voltaram a ter aulas práticas na Santa Casa em julho de 2012. O presidente do SindMed comentou que o custo mensal da Santa Casa era de R$ 100 mil, enquanto o da Clínica São Bernardo chegava a R$ 700 mil. “Essa mudança de instituição causou dano na formação desses alunos, situação que vai repercutir na vida profissional. A irresponsabilidade desse grupo terá consequências na qualidade da formação desses médicos, o que repercutirá no atendimento da população”, finalizou. 

Causas trabalhistas

Outra questão abordada durante o debate foi a denúncia de desrespeito das instituições de ensino superior à legislação trabalhista. De acordo com o presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar, Elles Carneiro, as universidades privadas não recolhem o FGTS, não fazem o pagamento de salários em dia e não recolhem a gratificação para o Saae. Ele revelou que o custo atual dos processos trabalhistas em execução contra a UGF chega a R$ 30 milhões.

A UniverCidade, a Universidade Cândido Mendes e a UniSuam também foram citadas como instituições que não pagam os salários de seus funcionários em dia.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário