O presidente do
Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, disse, nesta
quinta (06), em audiência na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que a Universidade Gama Filho, que pertence ao Grupo
Galileo, realiza uma “má gestão financeira e educacional do curso
de Medicina”. Ele acrescentou que o rompimento do convênio da UGF
com a Santa Casa de Misericórdia prejudicou os alunos, que ficaram
três meses sem aula prática. A mudança de hospital, ainda segundo
Darze, custou à universidade sete vezes mais do que custava o
convênio com a Santa Casa. A denúncia foi feita à Comissão
Parlamentar de Inquérito que investiga denúncias contra as
universidades privadas do estado.
“Essa denúncia
reitera o processo de precarização da qualidade de formação dos
futuros médicos, que vem acontecendo nas universidades privadas do
estado”, declarou o presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT). Darze relatou ainda que a Gama Filho suspendeu o
convênio com a Santa Casa em dezembro de 2011 e realocou as aulas
práticas dos alunos no Hospital Universitário Gama Filho,
antiga Clínica São Bernardo, situado na Barra da Tijuca. “O
hospital funcionou somente durante o mês de março, pois não tinha
as características exigidas pelo Ministério da Educação e
nem pelo Conselho Regional de Medicina, necessárias para ser
considerado uma instituição de ensino de medicina prática”,
reforçou.
O HUGF foi fechado em
abril de 2012 e os alunos voltaram a ter aulas práticas na Santa
Casa em julho de 2012. O presidente do SindMed comentou que o custo
mensal da Santa Casa era de R$ 100 mil, enquanto o da Clínica São
Bernardo chegava a R$ 700 mil. “Essa mudança de instituição
causou dano na formação desses alunos, situação que vai
repercutir na vida profissional. A irresponsabilidade desse grupo
terá consequências na qualidade da formação desses médicos, o
que repercutirá no atendimento da população”, finalizou.
Outra questão abordada
durante o debate foi a denúncia de desrespeito das instituições de
ensino superior à legislação trabalhista. De acordo com o
presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar, Elles Carneiro, as universidades privadas não recolhem o FGTS, não fazem o pagamento de salários em dia
e não recolhem a gratificação para o Saae. Ele revelou que o custo
atual dos processos trabalhistas em execução contra a UGF chega a
R$ 30 milhões.
A UniverCidade, a
Universidade Cândido Mendes e a UniSuam também foram citadas como
instituições que não pagam os salários de seus funcionários em
dia.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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