quarta-feira, 17 de outubro de 2012

COMISSÃO APROVA PREVIAMENTE ORÇAMENTO E PLANO PLURIANUAL‏

Com seis votos a um, a Comissão de Orçamento, Fiscalização Financeira e Controle da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro aprovou nesta terça (16), parecer prévio ao texto do projeto de lei, que traz o orçamento do estado do Rio para o ano de 2013, ou Lei Orçamentária Anual. Mesmo placar teve a votação do parecer ao projeto com a revisão do Plano Plurianual 2012-2015, atualizado anualmente na ocasião do envio da LOA. “Amanhã mesmo os pareceres serão publicados no Diário Oficial, dando início ao processo de análise do Legislativo aos textos, que ainda serão emendados antes de serem finalmente submetidos ao plenário”, adiantou o presidente da comissão, deputado coronel Jairo (PSC). O voto contrário foi dado pela deputada Janira Rocha (PSol).

Durante a reunião, os secretários de Estado de Fazenda, Renato Villela, e de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, fizeram uma apresentação da proposta de LOA, que estima a receita e fixa a despesa para 2013 em R$ 71,8 bilhões, mais de 15% a mais do que o orçamento deste ano, de R$ 61,9 bilhões. Embora os secretários tenham apresentado previsões de crescimento na receita tributária, o ICMS, por exemplo, deverá aumentar em 8%, a maior parte desse aumento se deve à elevada capacidade de endividamento, que permitiu ao Governo pedir autorização para contratação de empréstimos no montante de R$ 6 bilhões. “É uma evolução em sintonia com a secretaria do Tesouro Nacional a partir de análise das nossas receitas e tendência de nossas despesas”, explicou Villela, garantindo a viabilidade do pagamento dos empréstimos. “Contraída dentro do cronograma, a dívida é completamente sustentável”, afirmou.

Foi o limite para contratação de empréstimos que ampliou o orçamento de investimento do Estado para o próximo ano, que atingirá R$ 8,9 bilhões, a ser utilizado sobretudo no investimento em infraestrutura urbana e de aumento de oferta de transporte público. De acordo com Ruy Barbosa, R$ 1 bilhão serão empregados na implantação de novas linhas de metrô.

Passada a apresentação dos secretários, os parlamentares puderam tirar suas dúvidas sobre os textos. Em resposta a uma questão da deputada Janira Rocha (PSol) sobre contratação de pessoal pelas Organizações Sociais, Ruy Barbosa comunicou que uma ação conjunta das secretarias de Estado de Planejamento e Saúde implantará um verificador independente para fiscalização das OSs. “Ele verificará o atendimento de suas obrigações, como contabilidade, padrão de serviço, controle das despesas e demais aspectos que têm impacto na qualidade do serviço prestado e na remuneração desse prestador de serviço”, esclareceu. Janira defendeu o controle. “Hoje, 1/3 do orçamento da Saúde, que está na casa dos R$ 6 bilhões, vai para a iniciativa privada. É fundamental saber como esse recurso será aplicado”, afirmou a parlamentar.

O deputado Luiz Paulo (PSDB) quis saber da manutenção no texto de trechos que tratam do uso de créditos suplementares, que teriam sido vedados pelo Tribunal de Contas do Estado e do percentual de 25% de remanejamento. Teve como resposta que os procedimentos são necessários em função do alto valor de recursos ‘carimbados’ do orçamento, que têm aplicação definida em lei. “Veja bem, 40% são despesas nos encargos especiais, fora a despesa de pessoal”, informou Ruy Barbosa.

O secretário também falou sobre o encontro de contas entre dívida ativa e precatórios e se comprometeu a enviar à comissão o valor de ICMS e IPVS trocados por pagamentos devidos pela Fazenda do Estado a credores. “O Governo tem feito investimentos em melhorias nas áreas administrativas e judicial para aumentar a cobrança desses créditos”, disse Villela à deputada Clarissa Garotinho (PR), que queria saber o montante inscrito na Divida Ativa do estado. De acordo com ele, contribuintes devem ao Estado cerca de R$ 40 bilhões.

Os secretários também expuseram dados como o crescimento de 21% na projeção da despesa do Plano Plurianual em vigor. A atualização apresentada hoje aumenta a projeção de gastos no quadriênio de R$ 81,3 bilhões para R$ 98,8 bilhões. O crescimento, segundo Ruy Barbosa, foi impulsionado pelos R$ 941 milhões da linha de crédito contratada junto ao BNDES e aos R$ 3,6 bilhões a serem liberados a partir de empréstimo junto ao Banco do Brasil. Ambos já foram autorizados pelo Parlamento estadual e serão utilizados em investimentos em Segurança Pública, infraestrutura urbana, em equipamentos destinados à Copa do Mundo e em melhorias nos transportes públicos.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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