quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

COMISSÃO QUER REGULAMENTAR ENTREGA DE DIPLOMAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA‏

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro vai estudar a proposta de criar um projeto de lei específico para garantir a certificação de conclusão do ensino médio para os alunos com deficiência. A decisão foi tomada, nesta quarta (05), pelo presidente do colegiado, deputado Comte Bittencourt (PPS), durante audiência pública onde a educação inclusiva no estado foi discutida. Segundo o parlamentar, o sistema atual é “injusto”, pois não prevê a certificação de conclusão para alunos com deficiências no ensino médio – só há certificação regulamentada para a conclusão do ensino fundamental. 

Segundo o presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Casa, o deputado Márcio Pacheco (PSC), até mesmo um cadeirante, que não tem qualquer deficiência cognitiva ou motora que o impeça de cursar a escola, é obrigado a passar por perícia médica para receber o diploma.

“Isso não faz sentido, porque o próprio mercado de trabalho, quando receber esse jovem portador de deficiência com o certificado de conclusão do ensino médio, vai perceber quais são as funções para as quais ele está preparado”, explicou Bittencourt. Para o parlamentar, certificar a conclusão dessa parcela da sociedade é um estímulo ao crescimento. “Nós, aqui no Rio, dentro do espírito da autonomia federativa do estado, vamos legislar para que essa matéria tenha o devido trato e para que o Sistema Estadual de Educação possa certificar a conclusão desses meninos e meninas”, emendou.

Márcio Pacheco, além de defender que as pessoas não dependam de perícia médica, mas de apenas serem aprovadas nas provas feitas nas escolas, falou sobre a necessidade de reformulação do modelo de atendimento. “Muitas associações que se encontram conveniadas com o estado estão na esfera da assistência, ou seja, ligadas à Fundação para a Infância e Adolescência. Isso é um equívoco, porque muitas prestam, de fato, um serviço educacional”, sublinhou. Pacheco declarou que a mudança desse modelo faria com que a Secretaria de Educação pudesse acompanhar melhor o sistema de ensino junto às instituições e pudesse também aproveitar o empenho e a expertise delas para recolocar essas crianças no sistema educacional.

Presentes na audiência, representantes das entidades que atuam com a educação inclusiva reivindicaram a necessidade de um censo geral com o número de deficientes no estado. A coordenadora de Educação Especial da Fundação Municipal de Niterói, Nelma Pintor, alertou que conhecer o quantitativo de pessoas com deficiência é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas no setor. “Só temos um censo de quem está na rede. Queremos saber quem é o cidadão que está em casa, fechado, pois desejamos que as políticas públicas sejam de inclusão para todos”, enfatizou.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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