quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

GESTOR DE UNIVERSIDADES PROMETE QUITAR SALÁRIOS ATRASADOS

Professores da UniverCidade e da Universidade Gama Filho podem receber seus salários, atrasados desde dezembro de 2012, ainda esta semana. Esta foi a promessa feita pelo presidente do grupo Galileo Educacional S/A, Alex Klyemann, entidade que administra as duas instituições, nesta terça (26). “Estamos nos esforçando para equacionar o problema dos pagamentos atrasados o mais rápido possível”, explicou Klyemann durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra universidades particulares do estado, presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT).

Segundo o relator da comissão, deputado Robson Leite (PT), a questão salarial é apenas uma das denúncias de irregularidades feitas à CPI. Ele explicou que há, ainda, problemas como o imposto sindical recolhido e não repassado aos sindicatos filiados; o ensino à distância funcionando de forma irregular; a suspeita de venda de diplomas e o não pagamento de rescisões aos cerca de 600 funcionários e professores demitidos ao longo do ano de 2012. A comissão investiga também irregularidades nas contas da receita do grupo (o presidente do grupo disse que há R$ 900 milhões em débitos tributários, enquanto a receita mensal é de R$ 11 milhões) e a situação dos alunos de Medicina, que não tiveram aulas práticas na Santa Casa de Misericórdia, instituição com a qual a UGF possui convênio, mas não quitou os débitos pendentes de 2012. Por fim, a comissão investiga a não fiscalização regular por parte do Ministério da Educação e Cultura. “É uma situação de desrespeito aos pais, professores e alunos, uma clara demonstração de má-fé. As mensalidades são pagas em dia, então as instituições devem cumprir com os deveres com os quais se comprometeram. Teremos que apelar junto ao Ministério Público e ao MEC para que essa precarização do ensino na universidade privada cesse”, frisou o petista.

Muitas perguntas, porém, não foram respondidas por Klyemann por conta do curto período de tempo que o atual presidente do grupo Galileo está exercendo sua função, ele está no cargo desde novembro de 2012. O deputado Paulo Ramos disse que a alta rotatividade da gestão prejudica o esclarecimento das denúncias. “Fica muito fácil verificar as contradições dos gestores do grupo Galileo que passaram pela CPI. Como um gestor está há quatro meses e não se reuniu ainda com alunos e professores para esclarecer, prestar conta, ouvir e tentar negociar ? Porque o que está em jogo é a vida das pessoas que pagam por uma qualificação profissional”, acrescentou. A próxima etapa da CPI será convocar Stefano Bruno Pinto da Costa, mantenedor da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura e representante da União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas. 

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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