Professores da
UniverCidade e da Universidade Gama Filho podem receber seus
salários, atrasados desde dezembro de 2012, ainda esta semana. Esta
foi a promessa feita pelo presidente do grupo Galileo Educacional
S/A, Alex Klyemann, entidade que administra as duas instituições,
nesta terça (26). “Estamos nos esforçando para
equacionar o problema dos pagamentos atrasados o mais rápido
possível”, explicou Klyemann durante audiência pública da
Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra universidades
particulares do estado, presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT).
Segundo o relator da
comissão, deputado Robson Leite (PT), a questão salarial é apenas uma das
denúncias de irregularidades feitas à CPI. Ele explicou que há,
ainda, problemas como o imposto sindical recolhido e não repassado
aos sindicatos filiados; o ensino à distância funcionando de forma
irregular; a suspeita de venda de diplomas e o não pagamento de
rescisões aos cerca de 600 funcionários e professores demitidos ao
longo do ano de 2012. A comissão investiga também irregularidades
nas contas da receita do grupo (o presidente do grupo disse que há
R$ 900 milhões em débitos tributários, enquanto a receita mensal é
de R$ 11 milhões) e a situação dos alunos de Medicina, que não
tiveram aulas práticas na Santa Casa de Misericórdia, instituição
com a qual a UGF possui convênio, mas não quitou os débitos
pendentes de 2012. Por fim, a comissão investiga a não fiscalização
regular por parte do Ministério da Educação e Cultura. “É
uma situação de desrespeito aos pais, professores e alunos, uma
clara demonstração de má-fé. As mensalidades são pagas em dia,
então as instituições devem cumprir com os deveres com os quais se
comprometeram. Teremos que apelar junto ao Ministério Público
e ao MEC para que essa precarização do ensino na universidade
privada cesse”, frisou o petista.
Muitas perguntas,
porém, não foram respondidas por Klyemann por conta do curto
período de tempo que o atual presidente do grupo Galileo está
exercendo sua função, ele está no cargo desde novembro de 2012. O
deputado Paulo Ramos disse que a alta rotatividade da gestão
prejudica o esclarecimento das denúncias. “Fica muito fácil
verificar as contradições dos gestores do grupo Galileo que
passaram pela CPI. Como um gestor está há quatro meses e não se
reuniu ainda com alunos e professores para esclarecer, prestar conta,
ouvir e tentar negociar ? Porque o que está em jogo é a vida das
pessoas que pagam por uma qualificação profissional”,
acrescentou. A próxima etapa da CPI será convocar Stefano Bruno
Pinto da Costa, mantenedor da Sociedade Unificada de Ensino Superior
e Cultura e representante da União Nacional das Instituições
de Ensino Superior Privadas.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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