O ex-presidente da
Universidade Santa Úrsula, Ruy Muniz, afirmou, em depoimento à
Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra universidades
particulares do estado, que a instituição de ensino acumula um
montante de dívidas que ultrapassa R$ 100 milhões. Do total, R$ 58
milhões são referentes a dívidas trabalhistas, que, segundo ele,
serão pagas em parcelas durante oito anos e meio, como prevê acordo
firmado com a Justiça. A outra parte da dívida tem origem fiscal.
“Acredito que a Santa Úrsula esteja encaminhada para uma
recuperação. O professor Ruy prestou um depoimento muito
esclarecedor”, declarou, nesta quinta (21), durante
reunião, o presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT).
Muniz explicou ainda
como a universidade pretende quitar parte dessa dívida. “Vamos
abater 90% com a distribuição de mais bolsas de estudo a partir do
ano que vem, conforme o Proeis”, afirmou, referindo-se ao Programa
de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições
de Ensino Superior. A Universidade Santa Úrsula já chegou a ter 17
mil alunos matriculados em seus cursos, mas, hoje, conta com 1.500
universitários em processo de formação. O ex-presidente explicou
que a crise financeira da universidade ocorreu devido ao processo de
mercantilização da educação superior: “A concorrência aumentou
muito e as universidades tradicionais foram prejudicadas e tiveram
que se adaptar”.
O reitor da Sociedade
Unificada de Ensino Superior e Cultura, José Paulo Teixeira,
também prestou depoimento na reunião da CPI. Porém, de acordo com
Paulo Ramos, Teixeira não trouxe informações que acrescentassem. A
Uniesp, mantenedora que comprou a Suesc, está sob investigação da
Polícia Federal em função de fraudes com o Financiamento
Estudantil, programa de ajuda para estudantes concluírem os
cursos em universidades privadas. “A Suesc ocupou durante anos um
prédio público sem pagar, tentou se apropriar dele utilizando
documentos falsos e está envolvida em casos suspeitos”,
acrescentou o relator da CPI, deputado Robson Leite (PT).
O diretor-presidente do
grupo Galileo Educacional, Alex Klyemann, também foi chamado para a
reunião e não compareceu. Ele será aguardado na próxima
terça-feira (26), às 10h30, em encontro no Palácio
Tiradentes.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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