sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

UNIVERSIDADE CONTA COMO VAI PAGAR DÍVIDA DE MAIS DE R$ 100 MILHÕES‏

O ex-presidente da Universidade Santa Úrsula, Ruy Muniz, afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra universidades particulares do estado, que a instituição de ensino acumula um montante de dívidas que ultrapassa R$ 100 milhões. Do total, R$ 58 milhões são referentes a dívidas trabalhistas, que, segundo ele, serão pagas em parcelas durante oito anos e meio, como prevê acordo firmado com a Justiça. A outra parte da dívida tem origem fiscal. “Acredito que a Santa Úrsula esteja encaminhada para uma recuperação. O professor Ruy prestou um depoimento muito esclarecedor”, declarou, nesta quinta (21), durante reunião, o presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT).

Muniz explicou ainda como a universidade pretende quitar parte dessa dívida. “Vamos abater 90% com a distribuição de mais bolsas de estudo a partir do ano que vem, conforme o Proeis”, afirmou, referindo-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior. A Universidade Santa Úrsula já chegou a ter 17 mil alunos matriculados em seus cursos, mas, hoje, conta com 1.500 universitários em processo de formação. O ex-presidente explicou que a crise financeira da universidade ocorreu devido ao processo de mercantilização da educação superior: “A concorrência aumentou muito e as universidades tradicionais foram prejudicadas e tiveram que se adaptar”.

O reitor da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura, José Paulo Teixeira, também prestou depoimento na reunião da CPI. Porém, de acordo com Paulo Ramos, Teixeira não trouxe informações que acrescentassem. A Uniesp, mantenedora que comprou a Suesc, está sob investigação da Polícia Federal em função de fraudes com o Financiamento Estudantil, programa de ajuda para estudantes concluírem os cursos em universidades privadas. “A Suesc ocupou durante anos um prédio público sem pagar, tentou se apropriar dele utilizando documentos falsos e está envolvida em casos suspeitos”, acrescentou o relator da CPI, deputado Robson Leite (PT).

O diretor-presidente do grupo Galileo Educacional, Alex Klyemann, também foi chamado para a reunião e não compareceu. Ele será aguardado na próxima terça-feira (26), às 10h30, em encontro no Palácio Tiradentes.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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