sexta-feira, 8 de março de 2013

CPI ENVIARÁ RELATÓRIO AO MP E QUER FORÇA POLICIAL PARA OUVIR DEPOENTE

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga denúncias contra as universidades particulares do estado, presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT), suspendeu os trabalhos do grupo, nesta quinta (07), para começar a elaborar o relatório final da CPI, que será concluído até o final de março para, então, ser entregue ao Ministério Público Estadual e ao Federal. O colegiado esperava ouvir na manhã de ontem o presidente da União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas, José Fernando Costa, e o gestor do Grupo Galileo Educacional, Adenor Gonçalves, que não compareceram. Segundo Ramos, a ausência deles não atrapalha os trabalhos da CPI, que a qualquer momento pode ser retomada para ouvir os depoentes que não compareceram. “Vamos solicitar que o Adenor Gonçalves venha através de força policial”, disse Ramos.
De acordo com o pedetista, ao longo do trabalho a comissão acumulou muitas provas das irregularidades cometidas pelas instituições. “A CPI reuniu provas do desvio de recurso público, da apropriação indébita, do propósito concreto de unicamente ganhar dinheiro, da aposta da educação à distância e do descompromisso com a qualidade da educação e com o que há de ético na relação entre patrão e empregado. Todas as irregularidades serão encaminhadas ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual”, disse o parlamentar. O relator dos trabalhos, deputado Robson Leite (PT), anunciou que o relatório final será contundente, com o objetivo de influenciar a abertura de uma CPI sobre o tema no Congresso Nacional. “O objetivo é levar o relatório ao Ministério Público para que as denúncias sejam aprofundadas e os responsáveis sejam punidos. Além disso, é necessário apontar as falhas de fiscalização por parte do Ministério de Educação e Cultura, porque é inadmissível que você dê o título de universidade para estabelecimentos que não pagam os salários dos seus funcionários” concluiu o petista.

Alunos da Universidade Gama Filho e da UniverCidade fizeram uma manifestação nas escadarias do Palácio Tiradentes. Segundo o aluno de Medicina da Gama Filho Rodrigo Mion, os professores estão há quase três meses sem receber e os convênios com os hospitais não têm sido pagos, deixando assim os alunos sem aula. “Os problemas não acometem somente o curso de Medicina, mas toda a estrutura da universidade. Alunos de Arquitetura foram remanejados de campus, sem aviso prévio”, exemplificou Mion.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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