A Comissão Parlamentar
de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que
investiga denúncias contra as universidades particulares do estado,
presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT), suspendeu os trabalhos do grupo, nesta
quinta (07), para começar a elaborar o relatório final da
CPI, que será concluído até o final de março para, então, ser
entregue ao Ministério Público Estadual e ao Federal. O colegiado
esperava ouvir na manhã de ontem o presidente da União Nacional das
Instituições de Ensino Superior Privadas, José Fernando
Costa, e o gestor do Grupo Galileo Educacional, Adenor Gonçalves,
que não compareceram. Segundo Ramos, a ausência deles não
atrapalha os trabalhos da CPI, que a qualquer momento pode ser
retomada para ouvir os depoentes que não compareceram. “Vamos
solicitar que o Adenor Gonçalves venha através de força policial”,
disse Ramos.
De acordo com o
pedetista, ao longo do trabalho a comissão acumulou muitas provas
das irregularidades cometidas pelas instituições. “A CPI reuniu
provas do desvio de recurso público, da apropriação indébita, do
propósito concreto de unicamente ganhar dinheiro, da aposta da
educação à distância e do descompromisso com a qualidade da
educação e com o que há de ético na relação entre patrão e
empregado. Todas as irregularidades serão encaminhadas ao Ministério
Público Federal e ao Ministério Público Estadual”, disse o
parlamentar. O relator dos trabalhos, deputado Robson Leite (PT), anunciou que o relatório final será
contundente, com o objetivo de influenciar a abertura de uma CPI
sobre o tema no Congresso Nacional. “O objetivo é levar o
relatório ao Ministério Público para que as denúncias sejam
aprofundadas e os responsáveis sejam punidos. Além disso, é
necessário apontar as falhas de fiscalização por parte do
Ministério de Educação e Cultura, porque é inadmissível
que você dê o título de universidade para estabelecimentos que não
pagam os salários dos seus funcionários” concluiu o petista.
Alunos da Universidade
Gama Filho e da UniverCidade fizeram uma manifestação nas
escadarias do Palácio Tiradentes. Segundo o aluno de Medicina da
Gama Filho Rodrigo Mion, os professores estão há quase três meses
sem receber e os convênios com os hospitais não têm sido pagos,
deixando assim os alunos sem aula. “Os problemas não acometem
somente o curso de Medicina, mas toda a estrutura da universidade.
Alunos de Arquitetura foram remanejados de campus, sem aviso prévio”,
exemplificou Mion.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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