Um grupo de atletas paralímpicos brasileiros irá visitar Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 17 e 28 de julho, para verificar as ações de acessibilidade e melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência naquela cidade. O intercâmbio foi fechado, nesta sexta (05), durante a realização do seminário “Diálogo Rio-Chicago pela inclusão da pessoa com deficiência”, organizado pela comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro voltada para o assunto e presidida pelo deputado Márcio Pacheco (PSC). “O seminário teve o objetivo de promover uma troca de experiências entre os modelos norte-americano e nacional. A experiência mostra para o Brasil que, no advento dos grandes eventos que teremos, é preciso estar preparado para enfrentar os desafios de dar a essa parcela da população a devida acessibilidade”, pontuou.
A comissária para a Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Chicago, Karen Tamley, destacou, em seu discurso, uma lei local criada em 1990 para a proibição da discriminação de pessoas com deficiência. A cidade americana conta, hoje, com transportes públicos e construções completamente adaptadas, tornando-se referência em acessibilidade no mundo. Karen ressaltou dificuldades que ainda são enfrentadas em Chicago, como a necessidade de mais oportunidades de trabalho para esta parcela da população. “A lei envolve não só o Governo, mas o setor privado, e solicita que eles criem vagas de trabalho, transportes acessíveis e telecomunicações inclusivas, bem como acomodações acessíveis. Mas, a cidade ainda continua com um grande número de desempregados com algum tipo de deficiência”, alertou.
Durante o seminário, ações do poder público brasileiro também foram apresentadas. Coordenador de Acessibilidade da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Sérgio Nascimento garantiu que o programa Viver sem Limite, de R$ 7,6 bilhões, será implantado até 2014 e irá, dentre outras coisas, facilitar a aquisição, pelas prefeituras, de veículos para o transporte escolar acessível dos alunos com deficiência. A educação mereceu destaque. Entre 2001 e junho de 2012, mais de R$ 1 milhão foram investidos em escolas da cidade do Rio para atender a legislação de acessibilidade. “Foram tomadas medidas como a implementação de rampas e retirada de barreiras físicas nas escadas, além da adaptação da estrutura escolar”, garantiu a coordenadora de Projetos Especiais da Empresa Municipal de Urbanização, Teresa Vassimon.
Já o Gerente de Transportes da Empresa Olímpica Municipal, Ronaldo Balassiano, explicou que, em 2016, haverá uma rede de modais completamente integrada e em constante modernização na cidade do Rio. “O sistema irá se estruturar nos próximos quatro anos, oferecendo ainda mais qualidade à população, com locais mais acessíveis”, informou. O presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB-RJ, Geraldo Nogueira, destacou que a legislação não tem “boa aplicabilidade”, citando o exemplo da lei de cotas no setor público e privado para portadores de deficiência: “Estamos cansados de presenciar concursos públicos que não abrem vagas para deficientes”.
Também estiveram presentes no seminário o cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, John Creamer; a secretária Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio, Georgette Vidor; e a fundadora da Associação Niteroiense dos Deficientes (Andef), Tânia Rodrigues; dentre outros.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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