sexta-feira, 26 de abril de 2013

DEPUTADOS QUEREM CONCESSÃO DE TERRENOS DA CEASA POR MAIS 30 ANOS

Os 70 deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro assinaram, nesta quinta (25), uma indicação legislativa propondo ao Governo do estado a prorrogação da concessão dos terrenos onde funcionam as centrais estaduais de Abastecimento, em Irajá e São Gonçalo, por mais 30 anos (15 anos prorrogáveis por mais 15). Principal defensor dos comerciantes e produtores, o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Casa, deputado Luiz Martins (PDT), em conjunto com a Comissão de Agricultura, presidida pelo deputado João Peixoto (PSDC), realizou uma audiência pública para anunciar a decisão. “Isso mostra a unidade entre a Alerj e o Poder Executivo para que possamos resolver definitivamente a situação e dar tranquilidade aos trabalhadores da Ceasa na comercialização do hortifrutigranjeiro”, explicou Martins.

A falta de definição quanto ao prazo para a permanência dos comerciantes nos terrenos cedidos pelo Governo do estado vem se arrastando há 20 anos, com a aprovação da Lei federal, que obriga que todos os terrenos públicos sejam licitados. A situação se tornou insustentável porque os trabalhadores teriam que deixar o local até o próximo mês de julho. O Ministério Público Estadual propôs um Termo de Ajustamento de Conduta para prorrogar o prazo por mais cinco anos. A decisão não agradou os trabalhadores. “O TAC foi criado para que os comerciantes que já estão nas Ceasas do Brasil pudessem continuar trabalhando. A Lei diz que as pessoas teriam que sair agora, o que seria uma injustiça com os que já estão lá trabalhando e pagam do próprio bolso as reformas no espaço”, disse o presidente Associação Comercial dos Produtores e Usuários do Ceasa, Waldir Lemos.
 
Responsável por abrir os debates desta quinta, o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), colocou-se ao lado dos comerciantes, mas garantiu o respeito às decisões judiciais. “A Ceasa é um centro que abastece as nossas casas, restaurantes e comércios da capital e do interior, sem contar que desenvolve a economia do interior através das compras dos produtos que são produzidos pelos nossos agricultores. Respeitamos as decisões tomadas e a Justiça, mas não podemos nos furtar de sermos intermediadores desse debate. Já comunicamos o governador Sérgio Cabral e estamos costurando uma saída que, certamente, vai amenizar o conflito e os prejuízos, permitindo que as pessoas se reorganizem em um prazo muito mais longo”, discursou Melo.
 
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto, o governador enviará à Alerj uma mensagem para ser votada em plenário, com a decisão final sobre o tempo de prorrogação para o uso dos terrenos. “A retomada imediata das áreas da Ceasa traria um desabastecimento ao estado e seria um desrespeito com esses trabalhadores. Para solucionar esse problema, estamos elaborando um projeto de lei propondo um prazo maior que permita que os permissionários possam ficar por mais tempo, para, somente depois desse prazo, acontecer a licitação do terreno”, comentou Peixoto. O secretário lembrou ainda que a mensagem só chegará à Casa depois do próximo dia 8, quando acontecerá uma reunião entre o secretário-chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, o deputado Luiz Martins e o presidente da Acegri.
 
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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