O livro “Mulheres nas eleições 2010”, lançado nesta terça (02), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro é a mais nova fonte de referência para a análise das desigualdades de gênero na política brasileira. Organizado por José Eustáquio Diniz, Céli Pinto e Fátima Jordão, a obra reúne artigos de renomados pesquisadores da área de gênero, ciências sociais e ciência política. Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, a deputada Inês Pandeló (PT), definiu a pesquisa como muito importante para analisar o que está faltando para o Brasil ampliar e consolidar a participação de mais mulheres nos espaços de poder. “Se somos a maioria das eleitoras, a maioria da população, por que ainda estamos tão mal representadas?”, questionou Pandeló. Segundo a petista as mulheres precisam se apropriar da política. “Só há democracia de fato se isso acontecer, se todos os setores da sociedade estiverem representados nos espaços de decisão”, defendeu.
O pesquisador José Eustáquio Diniz, explicou que a pesquisa, pioneira no País, foi feita analisando uma série de fatores, entre eles: as preferências do eleitorado em 2010; as diferenças sociais e de gênero nas intenções de voto; as tendências do conservadorismo político e do tradicionalismo de gênero; o panorama geral das candidaturas e dos resultados eleitorais nos diversos níveis de representação; os estudos das estratégias partidárias e dos mecanismos de financiamento das campanhas e as desigualdades de gênero no acesso aos recursos materiais e imateriais; e a participação feminina no horário de propaganda gratuito, além de um monitoramento da mídia jornalística em relação à participação das mulheres nas eleições gerais de 2010.
“No Brasil, o processo de participação da mulher na política ainda é lento. A estrutura dos partidos é controlada por homens. Hoje não existe sequer um partido que tenha uma mulher na presidência”, ressaltou o pesquisador, antes de lembrar que o Brasil é dos piores países em números de participação feminina nas esferas do poder, apesar da presidência ser ocupada por uma mulher. A pesquisa mostrou também que as eleições gerais de 2010 foram as mais femininas da história do Brasil, com 1.335 mulheres candidatas a deputadas federais (22%), 3.500 concorrendo ao cargo de deputada estadual (23%), 36 candidatas ao Senado (13%), 18 candidatas aos governos estaduais (11%) e duas mulheres entre nove candidatos (23%) que disputaram a presidência da República.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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