A Central de Tratamento
de Resíduos de Seropédica terá uma estação de tratamento
de chorume a partir de maio de 2014, com capacidade para tratar até
mil metros cúbicos de chorume por dia. Foi o que prometeu a empresa
Ciclus, concessionária responsável pela administração do aterro
sanitário do município da Baixada Fluminense, durante vistoria da
Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,
presidida pela deputada Aspásia Camargo (PV), nesta sexta (17). A construção de uma
unidade de tratamento é uma exigência do contrato de concessão da
Companhia de Limpeza Urbana da cidade do Rio de Janeiro à
Ciclus.
A presidente da
comissão não demonstrou certeza ao afirmar se essa seria a melhor
forma de tratar os efluentes líquidos produzidos no CTR. “Hoje, a
empresa pega esse chorume e leva a maior parte para Niterói para ser
tratado. Isso é muito ruim, pois ele percorre quilômetros e tem
sempre o risco de tombamento, além de prejudicar o trânsito. Em
maio do ano que vem, a empresa vai poder realizar esse tratamento
aqui em Seropédica, mas a dúvida é se toda essa instalação, que
custará R$ 30 milhões, será a melhor solução. O ideal seria
levar esse chorume para uma estação de tratamento da Cedae. Só que
não existe a coleta de esgoto e a estação de Sarapuí, também na
Baixada, que seria a mais indicada, não está funcionando”,
ponderou.
Destino de todo lixo
dos municípios de Seropédica (39 toneladas/dia), Itaguaí (120),
Mangaratiba (160), Angra dos Reis (200) e Rio de Janeiro (8.500),
totalizando em média 9 mil toneladas por dia, o CTR de Seropédica
possui uma vida útil de 17 anos e ocupa uma área de 2 milhões e
200 mil metros quadrados, ou 266 campos de futebol. Hoje, o aterro
produz, por dia, 450 m3 de chorume, ou o equivalente a 15 caminhões
de resíduos líquidos. “Depois de um tratamento preliminar, parte
desse chorume, cinco caminhões, é transportado para a central de
tratamento de esgoto de Alegria, da Cedae, no Caju. Uma outra parte
maior, dez caminhões, vai para a empresa privada Águas de Niterói”,
explicou superintendente de operações da Ciclus, Priscila Zidan.
Ainda de acordo com
ela, na época da assinatura do contrato, em 2003, a obrigação da
empresa era fazer a recirculação do chorume, ou seja, a técnica de
jogar o chorume novamente no topo do aterro. Porém, esse sistema,
hoje, está ultrapassado, já que o procedimento afeta o solo e pode
fazer o terreno ceder. “A falta de uma coleta seletiva eficiente,
que poderia ser feita pela Prefeitura do Rio, impede uma durabilidade
maior do aterro e, por consequência, uma produção menor de
chorume. Não é racional o lixo passear pela cidade trazendo vários
problemas”, questionou Aspásia. “Quando um aterro começa a
operar, não existe geração de chorume. Esse chorume vai crescendo
progressivamente com o tempo”, explicou Priscila, ao anunciar a
construção da estação de tratamento de chorume para maio de 2014.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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