quinta-feira, 16 de maio de 2013

DEPUTADOS DEBATEM DERRUBADA DA PERIMETRAL E APONTAM PROBLEMAS FUTUROS‏

A Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de janeiro, presidida pela deputada Clarissa Garotinho (PR) debateu, nesta quinta (16), durante audiência pública, a derrubada do Elevado da Perimetral, suas consequências e apontou problemas. Dentre as principais reclamações estão a falta de estudos preliminares de impacto no sistema de transporte, o impacto negativo nas vias de acesso à Ponte Rio-Niterói, à Avenida Brasil e à Linha Vermelha e o alto valor gasto na demolição e nas obras do entorno. “A derrubada vai causar problemas em toda a Região Metropolitana. Queremos debater e, infelizmente, a prefeitura do Rio não esteve presente. Agora, a comissão vai ver, junto ao Ministério Público, que medidas deve tomar para que a população tenha as garantias necessárias de viabilidade”, declarou Clarissa.


A parlamentar também comparou a situação da Perimetral com o Elevado do Joá, que precisa ser reformado para garantir segurança a seus usuários. “Não podemos esquecer que a prefeitura é contra a derrubada do Elevado do Joá, que tem problemas de segurança para seus usuários, e é favorável à derrubada do Elevado da Perimetral, por questões estéticas. Essa demolição vai custar mais de R$ 1 bilhão e chegará a quase R$ 7 bilhões, se considerarmos as obras de seu entorno”, completou. Marcos Poggi de Araújo, sócio da MPA Consult Estudos e Projetos e ex-secretário de Estado de Transportes, foi o responsável por esclarecimento sobre os possíveis problemas gerados pela derrubada do elevado, que, com a Avenida Rodrigues Alves, tem a capacidade de absorver oito mil veículos/hora/por sentido.

De acordo com Poggi, esse sistema atende somente o tráfego de passagem pelo local, já que o tráfego interno é insignificante. “Agora, vão destruir esse sistema e construir outro, que vai ter uma capacidade maior, absorvendo 10 mil carros V/H/S. Porém, essa modificação vai ser feita dentro de um projeto que vai construir vários prédios comerciais e residenciais, com 30, 40 e 50 pavimentos cada. Esses prédios vão gerar um tráfego novo, que vai ocupar parte desses 10 mil V/H/S, cerca de 3 e 4 mil veículos. Sobrarão, então, para o tráfego de passagem que já existe hoje, 6 ou 7 mil veículos por hora/por sentido”, explicou o consultor, que ainda foi contra o argumento do Executivo municipal que apontava a valorização imobiliária da região como o principal benefício da reforma.

“Os formuladores desse projeto alegam que essa diferença será suprida pelo BRT, mas não sabemos se esse sistema será suficiente para cobrir a diferença”, reforçou. O ex-secretário disse que as pessoas que mais vão sofrer serão os moradores da Baixada Fluminense, principalmente aqueles que vivem afastados dos centros de seus municípios. “Eles terão que fazer duas ou três baldeações para ir ao trabalho e mais duas ou três trocas de veículos para voltar para casa; ou seja, até seis trocas para ir e voltar do trabalho”, explicou. Poggi classificou como “um verdadeiro inconveniente” a derrubada de um ativo urbano importante, que atende um tráfego intenso de passagem, que se vale de um sistema importante que inclui a Ponte Rio-Niterói, a Avenida Brasil, a Linha Vermelha e outras vias como a BR-040 e a BR-116.
Já o deputado Luiz Paulo (PSDB), que é engenheiro civil com mestrado na área de Transportes, afirmou que a única forma desse projeto ser revisto será através de decisão judicial.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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