segunda-feira, 20 de maio de 2013

ENCONTRO DISCUTE DESAFIOS DA RESSOCIALIZAÇÃO DE EX-DETENTOS‏

Obter documentos, conseguir oportunidades de trabalho e vencer o preconceito social são dificuldades enfrentadas por ex-detentos na hora retomar a vida durante a progressão para o regime semiaberto ou após o cumprimento total da pena. Esse foi o tema do evento “Roda de conversa sobre ressocialização: pelo direito de recomeçar” realizado numa parceria entre a Escola do Legislativo do Rio, a Associação dos Defensores Públicos do Estado e a Escola da Magistratura do Estado do Rio, nesta segunda (20).
O encontro foi mediado pelo coordenador da escola, o deputado Gilberto Palmares (PT), que é coautor da lei assinada com o deputado Wagner Montes (PSD). A lei garante a reserva de 5% das vagas nas empresas prestadoras de serviço ao estado para detentos e egressos do sistema penitenciário. Segundo ele, a aplicação da norma ainda é tímida e carece de divulgação. “O Governo é um grande empregador, e é extremamente importante, não apenas para ex-detentos, como para toda a sociedade, inseri-los no mercado de trabalho para evitar que voltem a cometer crimes”, argumentou Palmares.

Uma das convidadas, a defensora pública Sandra Maria Barros disse que o problema é maior entre os que estão em regime de prisão semiaberto, pois o artigo 15 da Constituição Federal restringe seus direitos eleitorais, impedindo-os de ter título de eleitor, o que por sua vez dificulta o pedido de inscrição no CPF ou a abertura de conta bancária. “Além disso, a maioria deles não tem alto nível de escolaridade, o que mostra a necessidade de uma maior oferta de cursos profissionalizantes durante o cumprimento da pena, facilitando assim o processo de retorno a vida social”, acrescentou. Criar oportunidades é o trabalho realizado por outro dos convidados, o ex-detento e atual diretor do Centro de Integração Social e Cultural Uma Chance, Ronaldo Monteiro. Concebido dentro do sistema prisional, o Cisc tem a missão de aumentar a chance de empregabilidade de detentos. “Através de projetos de pré-vestibular comunitário, oficinas profissionalizantes e ações voltadas a comunidade em São Gonçalo, buscamos atingir nossos objetivos”, ponderou Monteiro. Também fizeram parte da mesa do debate o juiz da Vara de Execuções Penais, Carlos Augusto Borges, e a presidente do Conselho Penitenciário, Maíra Costa Fernandes.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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