O presidente da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Paulo Melo (PMDB),
garantiu, nesta terça (18), que a Casa irá funcionar
normalmente durante a semana. Ele lamentou a depredação do Palácio
Tiradentes, ocorrida após a manifestação realizada na Avenida Rio
Branco, e disse que a avaliação preliminar dos danos mostrou que
vitrais, vidros e mármores do prédio, que é tombado pelo
Patrimônio Histórico Nacional, foram atingidos. "Seria leviano
não separar a manifestação legítima realizada ontem, que reuniu
jovens, estudantes e trabalhadores da baderna cometida por
desordeiros, não só aqui, como em outros prédios históricos, como
o Paço Imperial e a Igreja de São José", pontuou Paulo Melo.
Neste primeiro momento, o prejuízo está sendo estimado entre R$ 1,5
milhão e R$ 2 milhões, mas o trabalho de detalhamento ainda está
sendo feito por funcionários da Alerj, em parceria com arquitetos do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Grande parte dos vidros
das janelas da Alerj, principalmente no segundo andar do Palácio,
que foi inaugurado em 1926, foram atingidos, além de vitrais
franceses e afrescos das fachadas e peças de mármore e do
mobiliário, além de parte do Salão Nobre. O deputado disse que
determinou que fosse feita, ontem mesmo, uma perícia nos locais
atacados pelos ativistas. "Entrei em contato com a chefe de
Polícia Civil, delegada Marta Rocha, e solicitei todo o empenho
nesta investigação, não só sobre os danos registrados aqui, como
também nos arredores, como o Paço, a igreja e o Mosteiro do Carmo",
afirmou. Segundo ele, a equipe de seguranças da Casa, que não é
armada, colaborou para que os prejuízos não fossem ainda maiores.
"Temos uma bela biblioteca. Imaginem o que teria acontecido caso
o prédio tivesse sido realmente tomado?", questionou ele,
ressaltando, ainda, que o grande prejuízo foi "imaterial".
"Mesmo nas grandes manifestações, as mais violentas, durante a
ditadura militar, havia o cuidado pela preservação do patrimônio
público. Foi uma destruição inconcebível", frisou.
Paulo Melo ressaltou
que 75 policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar na Praça da Harmonia ficaram retidos dentro do prédio da Alerj,
durante o tumulto. O parlamentar assumiu as responsabilidades por não
ter acionado o Batalhão de Choque para dispersar os responsáveis
pelos prejuízos. Segundo ele, durante manifestações consideradas
grandes, a Casa solicita a presença de 30 a 40 policiais militares,
a título de reforço. "A polícia agiu de maneira apropriada.
Ninguém queria vítimas, os ânimos estavam exaltados e tínhamos
que evitar o pior", justificou o peemedebista. De acordo com o
parlamentar, a Alerj, por ser uma Casa política e situada em um
quadrilátero histórico, pode ter sido um local escolhido pela
visibilidade. "A manifestação legítima foi pacífica, tanto
que terminou na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores, que
é o Parlamento municipal, e nada aconteceu de ruim. Me nego a usar a
nomenclatura de protesto para o que aconteceu aqui. Houve vandalismo
na Alerj, no Paço Imperial e na Igreja de São José",
garantiu.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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