A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
concluiu hoje (02), a votação do projeto, que pode diminuir
em até 15% o valor das tarifas de ônibus com isenções de impostos e
contribuições por meio do Regime Especial de Incentivos para o
Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros. A
redução das tarifas é uma das principais reivindicações das
manifestações populares que tomaram as ruas do país.
Aprovada em caráter terminativo, o projeto deve seguir direto para a
Câmara dos Deputados, se não houver apresentação de recurso para que a
matéria seja apreciada no plenário do Senado.
A proposta dá mais transparência ao setor de transporte público uma
vez que os empresários terão que divulgar na internet suas planilhas de
custo para que qualquer cidadão tenha acesso.
“Esse é um projeto que vai além de desoneração. O que as ruas estão
pedindo é que a gente abra as caixas pretas das empresas de transporte
coletivo e isso a gente fez neste projeto”, ressaltou o relator da
proposta na CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ).
Ao lembrar que o governo federal já fez várias desonerações do
PIS/Cofins, da Cide e da contribuição patronal à seguridade social, o
relator ressaltou que a adesão de estados e municípios é voluntária, mas
diante dos protestos, estima que deve ser grande.
Para aderir ao Reitup, será preciso cumprir algumas condições. A
primeira é que a escolha das empresas responsáveis pelo sistema de
transporte público seja por meio de licitação. “Hoje, 95% das linhas de
ônibus no país não foram licitadas”, disse o relator. Por causa disso,
os governos terão prazo de dois anos para fazer licitações e se adequar
ao bilhete único ou ao sistema integrado de transporte.
Para terem direito às desonerações, estados e municípios também terão
que instalar um Conselho de Transportes com participação da sociedade
civil.
Uma emenda apresentada pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) garante
que tudo que implicar em subsídio da prefeitura e do estado para reduzir
tarifa, assim como tudo que for investido em transporte coletivo,
poderá ser abatido da prestação mensal da dívida de estados e municípios
com a União.
“Essa é uma reivindicação unânime dos governadores e prefeitos que
estão hoje com a corda no pescoço e não conseguem pagar suas prestações
da dívida”, explicou Nunes.
Outra emenda aceita, proposta pelo senador Blairo Maggi ( PR-MT),
incentiva a frota verde, ao passar de 5% para 20% o percentual de
biodiesel no diesel utilizado no transporte público.
A sessão foi acompanhada pelos prefeitos de São Paulo, de Belo Horizonte e pelo prefeito de
Porto Alegre, José Fortunati (PDT), que também é presidente da Frente
Nacional de Prefeitos.
“Nós negociamos amplamente com os senadores, fizemos um amplo debate
que permite que nós tenhamos uma regulação do sistema de transporte
coletivo no país com maior transparência”, disse Fortunati.
EBC
Edição: Camilo Borges
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