A Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro se reuniu nesta segunda (05) com cerca de 200 agentes da Polícia Federal. O grupo partiu em passeata da sede da instituição, na Praça Mauá, até a Alerj e cobrou a elaboração de um plano de cargos e salários e o aumento do efetivo policial. Na audiência, o presidente da comissão, deputado Iranildo Campos (PSD), prometeu reunir assinaturas de parlamentares estaduais e federais para enviar um manifesto à Câmara dos Deputados. "A ideia da comissão agora é formalizar um documento, com as assinaturas de vários deputados, mostrando as reivindicações da categoria e tentando fazer com que os deputados federais encampem essa ideia pela reestruturação da Polícia Federal. Vamos trabalhar por esse reconhecimento", explicou o presidente da comissão.
Dentre as principais reclamações dos policiais está a falta de motivação para a continuidade na carreira. O grupo também deseja a promoção de agentes antigos ao posto de delegado. Para eles, faltou experiência, por exemplo, na elaboração do esquema de segurança do Papa Francisco. "Muitas vezes, em operações importantes como essa para a proteção do Papa no Rio de Janeiro, acontecem problemas pela falta de experiência daqueles que comandam a Policia Federal. É um problema de gestão. Poucos gestores entendem o que esta acontecendo e quais são os pensamentos desses policiais. Estamos querendo, através do meio político, levantar essa questão", afirmou o vice-presidente da Federação Nacional dos Policias Federais, Luiz Antonio de Araujo Boudens.
"A categoria tem uma pauta bastante extensa e que inclui vários projetos de lei tramitando no Congresso Nacional. A ideia da comissão é, com base na Constituição Federal, conseguir o apoio das assembleias legislativas de todo o Brasil para que essas propostas possam ser apreciadas e votadas com a máxima urgência", explicou Flávio Bolsonaro (PP), vice-presidente da Comissão de Segurança.
Na opinião do procurador-chefe do Ministério Público, Guilherme Guedes Raposo, seria preciso também promover mudanças nos processos de investigação policial. "Não basta melhorar o salário. Nós temos que estudar uma nova estrutura e também mudar a forma da investigação", analisou Raposo. Sobre a atualização na forma de investigação, os agentes alegam que os índices de elucidação dos crimes no Brasil, cerca de 8%, são muito baixos em comparação a países de primeiro mundo, como Estados Unidos e Inglaterra, com taxas que superam 70% e 90%, respectivamente.
Os federais também reclamam das 23 mortes ocorridas nos últimos três anos, sendo que 12 delas por suicídio. Além disso, a Federação Nacional dos Policias Federais estima que cerca de 200 agentes abandonam a PF a cada 12 meses.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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