As obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas em andamento no Rio são um problema para a construtora Cyrela. Segundo o vice-presidente da empresa, Rogério Zylberstain, a falta de mão de obra e material no mercado do estado fará com que os prazos de entrega de seus próximos projetos sejam revistos. “Estamos muito preocupados com a imensa demanda desses dois eventos Isto já se mostrou um problema”, explicou ele, durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro criada para investigar os atrasos na entrega de imóveis das construtoras no Rio, realizada nesta segunda (09).
Zylberstain admitiu que ocorreu um atraso de 21 meses na entrega dos dois primeiros blocos do condomínio Eco Park, no bairro de Maria Paula em Niterói, que foi lançado em 2010. Além disso, ele não deu previsão concreta para a entrega dos três blocos remanescentes. O presidente da CPI, deputado Gilberto Palmares (PT), pediu aos advogados da Cyrela que enviassem os documentos relativos às obras do Eco Park. “Vamos continuar acompanhando o caso após o envio dos papeis requeridos. Mais uma vez, a necessidade dessa CPI ficou comprovada”, frisou Palmares.
O parlamentar disse ter recebido denúncias de que alguns imóveis dos blocos inexistentes já tinham sido vendidos. “Não estamos vendendo esses apartamentos. Se algum foi vendido, houve negociação com o adquirente para ressarcimento de seu dinheiro ou troca do imóvel que não foi construído por algum nos dois primeiros blocos”, esclareceu a advogada de obras da empresa, Rafaela Carvalho. Outros problemas marcam as construções da empresa em Niterói. O terreno onde foi erguido o Eco Park apresentou irregularidades ambientais que impediram a construção da área de lazer prevista no projeto. “Como pode ser que um estudo minucioso não tenha sido feito ?”, indagou o relator da comissão, deputado Wagner Montes (PSD). “Reconheço que não usamos tempo suficiente para compatibilizar as plantas do Eco Park. Ele é nosso maior problema, e estamos empregando todo o nosso tempo para resolvê-lo”, respondeu Zylberstain. “Se um terreno foi cortado errado, não há como consertá-lo. Um estudo aprofundado precisa ser feito antes: se há rochas soltas, se há alguma questão ambiental impedindo a concretização do projeto... tudo isso precisa ser antecipado” opinou o deputado Luiz Paulo (PSDB).
Quando Palmares perguntou o que estava sendo feito para compensar os moradores pela ausência da área de lazer prometida, Zylberstain respondeu que a assembleia do condomínio está decidindo se haverá compensação financeira ou se a área deverá ser construída em outro local do prédio. O vice-presidente da Cyrela acrescentou que atrasos na aprovação e nas licenças para dar início ao processo de construção também atrapalharam o empreendimento como um todo. “Gostaria de pedir a essa CPI que pensasse em iniciativas para agilizar esse processo no estado”, pontuou.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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