A extinção das charretes em Paquetá é o principal ponto do relatório final da Comissão de Representação para Acompanhar as Políticas Públicas de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, votado nesta quarta-feira (12) durante audiência pública. Relator da comissão, o deputado Wagner Montes (PSD) disse que diversas das adaptações solicitadas à Associação de Charreteiros do local não foram cumpridas. "O relatório da CEDAE mostra que dejetos tóxicos, que precisam de um tratamento especial, estão sendo jogados direto no mar", alertou.
A reunião marcou a discussão final do que foi apurado pelo grupo sobre as denúncias de maus tratos contra os cavalos que realizam o transporte em charretes na Ilha de Paquetá. A Associação havia se comprometido a executar uma série de mudanças para sanar os problemas constatados pelos deputados durante vistoria realizada no ano passado. A contratação de um ferrador para cuidar dos animais e de um veterinário fixo, que ainda assumirá, foram destacadas pelo presidente da associação, André de Mattos. No entanto, o deputado Wagner Montes chamou a atenção para o fato de que várias medidas dependem de obras estruturais para serem efetivadas. "Ficou claro que não há condições de se manter a atividade sem uma obra completa, com construção de baias adequadas", afirmou.
O presidente do colegiado, deputado Thiago Pampolha (PTC), salientou que o relatório será enviado ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), com cópia ao Ministério Público Estadual e Polícia Civil, com a sugestão da extinção da atividade no local. "Eu não consigo enxergar que em pleno século XXI a gente usufrua de um serviço que abusa dos animais por motivos financeiros", afirmou Pampolha. Ativista dos direitos dos animais, Silvia Mibialli chamou atenção sobre o que geralmente é considerado maus tratos, que pode ser interpretado de maneiras diferenciadas. "Ainda que os cavalos hoje estejam sem sinais externos de maus tratos, eles sofrem por carregar uma carga enorme de peso", opinou. "Hoje, ao redor do mundo, a tendência é a extinção da tração animal, por ser considerada desnecessária e abusiva", pontuou.
Comunicação Social da Alerj
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