quarta-feira, 26 de março de 2014

AUDIÊNCIA DISCUTIRÁ ESTUDOS SOBRE TRANSPOSIÇÃO DO PARAÍBA DO SUL‏

Uma audiência pública para discutir os estudos realizados pelo Governo de São Paulo e pelo Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul foi anunciada pela presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Bacia do Rio Paraíba do Sul, deputada Inês Pandeló (PT), durante o ato público realizado nesta terça-feira (25) na escadaria do Palácio Tiradentes, sede do Parlamento Fluminense. O encontro foi provocado pela declaração do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que pediu a presidente da república, Dilma Rousseff (PT), a segunda transposição do Rio Paraíba do Sul, por causa da escassez das chuvas e esvaziamento dos reservatórios.
Durante o encontro, Pandeló lembrou que o estado de São Paulo apresentou nove propostas alternativas para solucionar o problema dos reservatórios, e dessas, cinco não colocam a transposição do rio Paraíba do Sul como possível solução. “Não queremos que São Paulo fique sem água, mas eles têm outras formas de solucionar o problema sem causar impactos no nosso estado. Além disso, nós não temos alternativa se não o Rio Paraíba do Sul”, afirma a deputada. Inês acrescentou ainda que o Ceivap realizou uma pesquisa mais atual sobre a transposição do rio, mostrando o prejuízo para o estado fluminense. Os estudos serão apresentados na audiência que será realizada na próxima segunda-feira (31), às 14 horas, no Palácio Tiradentes. “Vamos comparar as informações desses documentos e verificar o impacto que isso traz para o estado”, concluiu a parlamentar.

No último dia 20, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em uma mídia social que não vai permitir a transposição apresentada por Alckmin. "Jamais permitirei que se retire água que abastece o povo do estado do Rio de Janeiro. O governador Alckmin, com quem tenho excelente relação, me ligou para expor essa ideia. Disse a ele que formalizasse a proposta e que eu enviaria aos órgãos técnicos. Mas já adianto: nada que prejudique o abastecimento das residências e das empresas do estado do RJ será autorizado”. A transposição das águas do rio Paraíba do Sul precisa ser autorizada pela Agência Nacional de Águas, que ainda não recebeu pedido formal para análise da proposta.
Para o morador de Volta Redonda, Região Sul do estado, Agostinho Silva, o impacto será ainda maior. “A questão da água sempre preocupa. Se esse pedido for concedido sofreremos bastante, pois aquela é uma região com muitos agricultores, que dependem da água para manter o seu trabalho”, explica Agostinho. O deputado Carlos Minc (PT) ainda levantou a questão da poluição do Paraíba do Sul. Ele explicou que, de acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos, em 2030 o rio já vai correr com a sua vazão mínima. “São Paulo e Rio de Janeiro deveriam se unir pelo saneamento do rio e não pela transposição”, ponderou o petista. 
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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