Desde a década passada, as formações de tecnólogo procuram suprir as carências de mão de obra em setores de destaque na economia, com cursos de curta duração focados nas demandas do mercado de trabalho. Os resultados porém, não têm sido animadores, e a preocupação com a falta de vagas para alocar os egressos desses cursos levou o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio a reunir as Câmaras Setoriais de Gestão e Políticas Públicas e de Formação Profissional e Educação Tecnológica nesta sexta-feira (06), para discutir o assunto.
Segundo o coordenador de Estágios e Egressos da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Edmílson Monteiro, a falta de conhecimento das empresas em relação à formação desses tecnólogos criou um preconceito contra a contratação desses profissionais, em relação aos formados em cursos de graduação tradicionais, desde o estágio. "As competências são parecidas, mas a diferença pouco percebida é que enquanto os cursos de graduação têm formação generalista, o tecnólogo tem uma formação direcionada para uma demanda emergencial do mercado", explicou Monteiro, que se mostrou interessado em projetos apresentados na reunião onde as empresas e as entidades de ensino se reúnem pra diminuir a diferença entre a oferta e a demanda de mão de obra.
Um desses projetos foi apresentado pelo diretor da Faculdade Senai-RJ, Mauro Pina. Antes de criar seus cursos de tecnólogo, o Senai-RJ realizou uma pesquisa com grandes empresas do estado para levantar as demandas de mão de obra, além de conscientizá-las quanto ao papel diferenciado que poderia exercer esse profissional. Essa pesquisa norteou não só os segmentos nos quais seriam oferecidos os cursos, mas também suas grades curriculares. "Criamos um comitê técnico setorial, com a participação de profissionais dos segmentos escolhidos para a criação dos cursos, e identificamos as competências necessárias para a absorção desses profissionais", definiu. Pina explicou que esse comitê irá se reunir anualmente atualizando esses currículos, respondendo à dinâmica do mercado.
"Tivemos participação de profissionais de diversos setores e pudemos perceber que esses tecnólogos se encontram fora do radar das empresas. Um exemplo é a Petrobras, que não contrata tecnólogos para seus quadros e acaba por influenciar toda uma cadeia de fornecedores que trabalham diretamente com ela", definiu a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha. Segundo ela, o Fórum irá realizar ações estratégicas junto à própria Petrobras e outras empresas do setor de óleo e gás, para sincronizar a demanda e a oferta desses profissionais.
Comunicação Social da Alerj
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