A geração de 1,5 milhão de empregos na região Metropolitana do estado nos próximos 15 anos é projetada pela Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio, grupo criado para integrar as políticas urbanas desenvolvidas pelo Estado e que são de interesse comum das cidades da Região Metropolitana, além de retomar o processo de governança dessa região. Os números foram apresentados pelo subsecretário de Urbanismo Regional Metropolitano da Secretaria de Estado de Obras, Vicente Loureiro, durante reunião da Câmara Setorial de Gestão e Políticas Públicas do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, nesta terça (16).
Segundo Loureiro, a missão do grupo é elaborar e aprovar um plano, que será enviado à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, para instituir a Região Metropolitana e criar um organismo próprio para geri-la. Os empregos estimados devem ser gerados nessa localidade, e mais da metade destes postos estará dentro das periferias do Centro, de outras cidades, em áreas de expansão industrial e de atividades logísticas. “Esse cenário faz com que tenhamos que rever nossa matriz de mobilidade, para dar conta desse novo endereço de emprego. Vamos ter que fazer com que as redes e sistemas de transporte possam atender esses novos destinos que vão se estabelecer, ao redor do arco metropolitano, por exemplo”, afirmou.
Para ele, empregos comerciais e de serviços serão criados em locais como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo e Campo Grande, na Zona Oeste da capital, por exemplo, que já possuem centros dinâmicos e que vão atrair mais negócios e serviços especializados. “Por isso é muito importante que as ações do poder público reforcem essas centralidades, através da disposição de hospitais de traumato-ortopedia, campi avançados de universidades públicas, equipamentos públicos de lazer, por exemplo. Essas são formas de fortalecer e alavancar o desenvolvimento desses centros”, frisou.
O professor da Puc-Rio Cesar Romero Jacob também participou do encontro, e apresentou o Atlas da Condição de Vida na Região Metropolitana do Rio. O documento é um estudo socioeconômico das cidades que compõem a região, e conta com 112 mapas que abordam a geografia, estrutura demográfica, educação, emprego, religião, mapeamento do programa Bolsa-Família e outros temas, usando dados do Instituto de Segurança Pública, do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, do SUS e do Tribunal Superior Eleitoral como fontes. “Não é o objetivo fazer uma denúncia, mas vemos uma região extremamente desigual. Fazemos um convite para a reflexão sobre a Região Metropolitana que temos. Há uma segregação socioespacial da qual não nos damos conta, por conta do clima de camaradagem nas relações interpessoais, facilitado pelas praias e parques que temos. Isso possibilita uma convivência muito harmoniosa, mas que não deve esconder as desigualdades existentes”, alertou.
Para a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, problemas como a mobilidade e a formação de mão de obra mostram a dimensão do processo que a Câmara deverá enfrentar para gerar igualdade. “Ao identificar a pesquisa da PUC e a importância de conhecer a agenda da Câmara, conseguimos fazer um elo que será fundamental para esse debate e criação desse plano para a Região Metropolitana, que é uma demanda gerada pela própria Alerj, que criou a Câmara Metropolitana. Queremos reunir as pessoas envolvidas nesse tema para criar uma massa crítica e conseguir mostrar a importância de discutir essa região”.
Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges
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