Palco de reuniões de chefes de Estado e de decisões políticas importantes, o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, abre suas portas para o grande público a partir do dia 31 de janeiro. A visita externa guiada acontecerá todo último sábado do mês, sempre na parte da manhã, e pode ser agendada através do e-mail visitaguiada@casacivil.rj.gov.br.
Iniciada no salão onde foi descoberto, em 2011, um calçamento “pé de moleque” centenário, a visita se estenderá ao jardim do Palácio e vai contar um pouco da história da construção centenária. As visitações vão contar com a participação de estudantes do curso de Turismo e Hospitalidade do Senac RJ, parceiro do Governo do Estado no projeto.
"O governador Luiz Fernando Pezão nos pediu que criássemos esse projeto e acreditamos que, através dele, as pessoas poderão conhecer um pouco mais da história do Rio de Janeiro e também do Brasil. Além disso, elas terão acesso ao local onde são tomadas diversas decisões políticas em nosso estado" disse o secretário de Estado da Casa Civil, Leonardo Espíndola.
O Palácio conta a história do estado e do país
O início da construção do Palácio Guanabara data de 1853, para servir de residência familiar. No ano seguinte, foi vendido à família Imperial, que o reformou para receber a Princesa Isabel e seu esposo, o Conde d’Eu, passando a se chamar Paço Isabel. Nessa época, foram plantadas diversas plantas exóticas no local e uma fileira dupla de palmeiras imperiais na recém-inaugurada Rua Paissandu. O espaço foi um dos mais importantes locais de reunião do Rio de Janeiro, até então único grande centro urbano do país.
Em 1890, a construção foi declarada patrimônio nacional e recebeu seu nome atual, Palácio Guanabara. No decorrer dos anos, foi moradia oficial de presidentes da República, como Marechal Hermes da Fonseca, Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra, último a viver no palacete, na década de 40. A partir de 1946, o palácio passou a abrigar a Prefeitura do Distrito Federal até a criação do Estado da Guanabara, em 1960. Desde então, a construção se tornou sede do Governo do Estado e recebeu governadores, entre os mais antigos Floriano Peixoto Faria Lima, Antonio de Pádua Chagas Freitas, Leonel Brizola e Marcello Alencar, e atualmente o governador Luiz Fernando Pezão. Em 1968, ganhou o Prédio Anexo, com seis pavimentos, onde funcionam hoje as subsecretarias da Casa Civil e de Governo. O prédio abriga ainda o gabinete do vice-governador.
Atualmente, a construção mantém características centenárias que conferem beleza especial ao local. Caso do jardim, cujo desenho foi idealizado pelo paisagista francês Paul Villon no começo do século 20 e que se mantém intacto até hoje. No local, está o chafariz de Netuno, pequeno lago com a estátua do deus da mitologia romana que foi desenvolvida pela Fundição Val d’Osne, mais importante fundição do século 19, localizada na França. O jardim também é adornado por alamedas de palmeiras imperiais e árvores frutíferas exóticas, como abacateiros, jaqueiras e frutas-pão.
Outra “joia” do Palácio Guanabara é o calçamento “pé de moleque”, encontrado em 2011 na parte interna da construção durante obras de restauração. Trazido de Portugal para o Brasil por volta do século 17, esse calçamento era usado em casarões do período colonial em áreas destinadas aos escravos. Os exemplares do palácio receberam cobertura de vidros resistentes e iluminação especial.
Ascom Gov RJ
Edição: Camilo Borges
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