terça-feira, 24 de março de 2015

71 PESSOAS PRESAS POR PRÁTICA DE ABORTO ILEGAL NO RIO‏, ANO PASSADO

Em outubro de 2014, 75 mandados de prisão preventiva de acusados de prática de aborto ilegal no estado foram expedidos pela Corregedoria da Polícia Civil. Os números foram apresentados pela chefe da Corregedoria Interna, Adriana Mendes, à CPI das Clínicas de Aborto da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, nesta terça (24), durante audiência pública no Palácio Tiradentes. A investigação, chamada de “Herodes”, durou 15 meses e resultou na prisão de 71 pessoas. “A Corregedoria nos mostrou o desdobramento de uma investigação de muito sucesso, envolvendo uma quadrilha enorme que pratica o aborto em cinco polos da cidade do Rio que já foram fechados”, afirmou o vice-presidente da CPI, deputado Márcio Pacheco (PSC). 

Campo Grande, Bonsucesso, Copacabana, Botafogo, Rocha, Tijuca e Guadalupe eram os locais de atuação dessas quadrilhas, que chegavam a realizar até dez procedimentos por dia. Adriana contou que o valor cobrado pelo aborto variava de R$ 1.000 a R$ 7.500, dependendo da região, da idade da gestante e do tempo de gestação. Segundo informações da Corregedoria, somente a clínica de Bonsucesso já havia realizado 2 mil procedimentos, resultando em um lucro de R$ 2 milhões. Após a operação da polícia, o número de denúncias a clínicas diminuiu, de acordo com a policial. “Temos consciência de que essas organizações criminosas estão desmanteladas em função da prisão e da
identificação de seus elementos. Por isso, vemos redução nas queixas”, explicou. 

Os participantes da audiência discutiram ainda a venda de medicamentos abortivos no estado. Segundo o titular da Delegacia do Consumidor, Gilberto Ribeiro, houve um esvaziamento do comércio desses produtos, porque muitos pontos, como a Rua Uruguaiana, foram descobertos pela imprensa e os fornecedores deixaram os locais. A CPI pretende convidar para as próximas reuniões representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Conselho Regional de Medicina, para que os médicos possam dizer se os profissionais envolvidos nessas práticas tiveram registros cassados, e da Guarda Municipal, para saber como está a fiscalização da venda de medicamentos abortivos. 

A comissão vai se reunir novamente no dia 7 de abril, às 11 horas, na Sala 311
do Palácio Tiradentes. 



Comunicação Social da Alerj 
Edição: Camilo Borges

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