Ao participar da comissão de jurados, no desfile de 1976 realizado na via hoje ladeada pela Praça Niemeyer e por um supermercado, o saudoso escritor baiano, Jorge Amado, definiu o carnaval de Niterói como o segundo melhor do Brasil.
Na época não haviam sambódromos e esta “A Tribuna” lançou a idéia da sua criação, com o nome de Sambópolis, apontando as suas vantagens, inclusive com o fim de montagem e desmontagem de equipamentos e o surgimento de uma área permanente para desfiles que não afetassem o tráfego na cidade.
O melhor desfile ocorreu quando presidia a antiga Enitur, o empresário Mário Rosenwjag, na gestão Moreira Franco (1976/82). Seu sucessor, Waldenir Bragança, que construiu a Vila Olímpica, prometeu a A TRIBUNA que construiria um molde de arquibancada a cada ano. Depois veio Jorge Roberto que prometeu idealizar um sistema de arquibancadas útil para os desfiles e as competições na Vila Olimpica. Este, porém, substituiu a Vila Olímpica pela Praça Niemeyer e em 1995 acabou com os desfiles das nossas escolas de samba.
O Rio de Janeiro adotou a idéia, logo copiada por outras grandes cidades.
Cidade berço do criador da primeira escola de samba do Brasil, Ismael Silva, Niterói não enterrou o seu carnaval, que saiu do estado de coma pela ação de outro ícone do samba, Ito Machado, com outros valorosos sambistas não seduzidos pelo brilho dos desfiles no Rio.
A Escola de Samba Sabiá, que chegou a ficar inativa, ressurgiu em 2009 pela ação do neto do seu ex-presidente e este ano, com muita garra, sagrou-se campeã no restrito desfile de 500 metros da rua da Conceição.
Campeão aos 23 anos de idade, Jhonatan Anjos, dividiu a sua euforia com a responsabilidade de cobrar empenho para devolver a Niterói o brilho que deve refletir no mundo do samba. Ele enfrentou problemas piores que as escolas cariocas vitimadas por incêndio. Com uma verba inferior à destinada às niteroienses que fizeram a festa no Rio e recebida em cima da hora, a escola só teve duas semanas para preparar o seu desfile.
As escolas daqui não contam com barracões para a produção dos seus carros alegóricos e produção de fantasias. O Rio tem a “Cidade do Samba”.
Mais do que a conquista do título, o presidente da “Sabiá” considera importante que “acima de qualquer retorno financeiro (as vencedoras,em Niterói, não recebem prêmios) tem, de haver o resgate da cultura e da cidadania” A Sabiá reune a juventude e a velha guarda da Vila Ipitanga, desempenhando uma missão social relevante.
EDITORIAL A TRIBUNA
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