Pontes destruídas, estradas comprometidas e necessidade de um bom programa habitacional foram os principais problemas encontrados em São José do Vale do Rio Preto pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga as causas da tragédia ocorrida durante as chuvas de janeiro, neste sábado (02/04). Porém, depois de mais uma série de vistorias, o presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), já sabe onde buscar as soluções. “Aqui temos uma solução diferente. As barreiras que precisam ser estabilizadas estão todas dentro do próprio Rio Preto, porque elas ameaçam a RJ-134, que é o principal acesso a cidade. Por isso, nessa quinta-feira a CPI vai ouvir o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Henrique Alberto dos Santos, e essas questões vão ser apresentadas. Em relação às pontes municipais vamos ter que pressionar o presidente da Empresa Estadual de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno. O Rio Preto praticamente se desenvolve junto com a cidade. É preciso uma boa politica habitacional porque ainda existem muitas casas na beira do rio sob risco”, comentou Luiz Paulo.
São José do Vale do Rio Preto foi a última das sete cidades afetadas pelas chuvas a receber a visita da CPI. A cidade foi bastante prejudicada, já que 30% de suas construções estão as margens do Rio Preto. Uma das possibilidades para acabar com o problema seria realocar todas essas famílias em outras áreas, porém o prefeito não trabalha com essa possibilidade. “Retirar todas as moradias da encosta do Rio Preto não é possível. A cidade fica nos 54 km das duas margens do rio. Se tirarmos essas construções a cidade acaba. Mas nós vamos impedir que essas casas destruídas sejam construídas novamente e ninguém mais vai morar na área afetada pelo rio nessa última enchurrada”, disse Adílson Faraco, prefeito de São José.
Se a cidade não teve vítimas fatais, está sofrendo para recuperar os prejuízos e retomar a sua normalidade. Foram 175 casas derrubadas pela força do rio, 155 construções parcialmente destruídas e cerca de 700 casas alagadas no dia 12 de janeiro. No total são 384 famílias que ainda estão desabrigadas. Em Santa Fé, o bairro mais afetado, a água chegou a oito metros de altura. “A cidade já conta com áreas para a construção das casas para as famílias que estão desabrigadas. Pelo que percebemos serão vários pequenos empreendimentos, que é o ideal, já que deixa essas pessoas perto de suas comunidades”, analisou o deputado Nilton Salomão (PT), relator da CPI.
Em todo o município foram sete pontes arrastadas e muitas outras com sua estrutura abalada. “São sete pontes destruídas, sendo que a reconstrução de três dessas pontes é de uma urgência absoluta. Não podemos esperar o governo do estado. Essas três pontes o município vai ter que fazer”, prometeu o prefeito, que pretende ser reembolsado pelo governo estadual pela reconstrução dessas pontes. Durante a vistoria, os parlamentares, Luiz Paulo (PSDB), Nilton Salomão (PT), Bernardo Rossi (PMDB), Rogério Cabral (PSB) e Marcus Vinícius (PTB) estiveram reunidos com o prefeito Adílson Faraco, com representantes da sociedade civil do município e com vereadores locais. Todos juntos visitaram os bairros de Santa Fé, Barrinhas, Poço Fundo, Águas Claras, Contendas e Parada Moreli. A CPI visitou ainda o abrigo montado pela prefeitura no Estádio Municipal Raul Ferreira Isidoro. São 96 barracas iguais às que foram usadas após o terremoto no Haiti. O local conta ainda com cinema, televisão, internet, refeitório, centro de enfermagem e um parque infantil.
Comunicação Social da Alerj
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