Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou hoje (22) com líderes da União Africana e Liga Árabe sobre o acirramento do cerco ao presidente da Líbia, Muammar Khadafi. O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, disse que o governo faz consultas, ouve análises e aguarda manifestações para se posicionar. O embaixador acrescentou ainda que o Brasil não abre mão de algumas garantias consideradas fundamentais.
“O Brasil está muito sensível às aspirações do povo líbio, assim como defende a busca por uma solução política estável, pacífica e que preserve os direitos humanos no país. Acompanhamos os desdobramentos do que ocorre na Líbia por meio do diálogo contínuo e de consultas”, disse o porta-voz.
Patriota conversou hoje, por telefone, com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi. O secretário informou que na próxima quarta (24) a crise na Líbia será tema de uma reunião de emergência do organismo. Segundo ele, vários dos 22 países que integram a Liga Árabe querem reconhecer a oposição como legítima para assumir um governo de transição no país.
O chanceler também telefonou para a ministra das Relações e Cooperação Internacionais da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane. Assim como a Liga Árabe, a União Africana vai se reunir extraordinariamente nesta semana para definir uma posição única sobre a Líbia. A União Africana engloba 52 nações.
De acordo com o porta-voz, Patriota pretende também conversar com representantes do Ibas – grupo que reúne a Índia, o Brasil, e a África do Sul – e do Brics que tem o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul.
Paralelamente, o Itamaraty informou que o embaixador da Líbia em Brasília, Salem Al Zubaidi, não enviou comunicação oficial ao Ministério das Relações Exteriores. Não houve informações hoje sobre a ocupação da representação diplomática, que ocorreu pela manhã, nem mesmo manifestação sobre o desejo de o diplomata deixar o Brasil.
Nesta manhã, a bandeira da oposição líbia foi hasteada na Embaixada da Líbia. Fotografias de Khadafi apareceram no lixo da embaixada e no chão em frente ao prédio. Um grupo de líbios que moram no Brasil e contrários ao presidente líbio entrou an representação diplomática. Os líbios disseram que só deixaram o local, depois que Khadafi sair do governo.
Edição: Camilo Borges
EBC
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