segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EMPRESÁRIO DENUNCIA À CPI ESQUEMA DE PROPINA EM OBRAS EM TERESÓPOLIS


O proprietário da empresa RW Engenharia, José Ricardo de Oliveira, acusou Paulo Marquesini e José Alexandre Almeida, respectivamente, ex-secretários de Obras e Serviços Públicos e de Governo de Teresópolis, e o presidente da Comissão de Licitações da prefeitura, Valério da Silva Medeiros, de negociarem o pagamento de propina com as empresas Terrapleno Terraplanagem e Construção, RW Engenharia e Vital Engenharia para a realização de obras emergenciais no município. A acusação foi feita, nesta segunda (08), durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga os responsáveis pela tragédia causada pelas chuvas de janeiro na Região Serrana.

O presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), afirmou que empresas e pessoas que participaram desse esquema de corrupção serão arroladas no relatório final da comissão e denunciadas aos ministérios públicos Estadual e Federal e ao Tribunal de Contas do Estado. “Hoje, afirmo que, dentre as causas estruturais que levam a tragédias similares, podemos citar também a corrupção. Ela toma dinheiro dos cofres públicos em serviços imprescindíveis que deixam de ser realizados. Com isso, você propicia também elementos para agravar as tragédias. A corrupção é uma tragédia dentro da tragédia e ela precisa ser combatida em todos os níveis”, disse o parlamentar.

Relator da comissão, o deputado Nilton Salomão (PT) acredita que o relatório será “bastante fortalecido” pelo que foi ouvido nesta reunião. “Ficou claro que havia um esquema de propina na Prefeitura de Teresópolis anterior à tragédia, e que, após o ocorrido, as autoridades pretendiam aumentar o percentual desta propina de 15% para 50%. Isso nos causa surpresa, mas deixa a certeza da necessidade de aprofundarmos a investigação”, afirmou. Em seu depoimento, José Ricardo garantiu ser inocente. “Estou sendo acusado de uma coisa que nunca fiz. Procurei o Ministério Público por conta da pressão financeira que estou sofrendo, pois estavam condicionando os meus serviços ao pagamento de propina para a realização de obras em diversas áreas do município”, esclareceu.

O gerente jurídico da Vital Engenharia, Cláudio Pontual, também negou qualquer participação da empresa em esquemas de pagamento de propina. “A empresa foi contratada emergencialmente pela prefeitura e nunca participou de nenhum esquema desse tipo”, garantiu.

Comunicação Social da Alerj
Edição: Camilo Borges

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